Entre os mais influentes da web em Goiás pelo 12º ano seguido. Confira nossos prêmios.

Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351

Cidades Resilientes

Goiânia sedia discussão sobre adaptação urbana às mudanças climáticas

Evento ocorre na Universidade Federal de Goiás | 13.11.24 - 21:17 Goiânia sedia discussão sobre adaptação urbana às mudanças climáticas Goiânia sedia discusão sobre adaptação urbana às mudanças climáticas. (Foto: Reprodução)

A Redação

Goiânia
- As atuais mudanças climáticas são o tema central do Fórum 
Cidades Resilientes, que ocupa, entre os dias 25 e 26 de novembro, o auditório do Instituto de Estudos Socioambientais (IESA), no Campus Samambaia da UFG, em Goiânia. A iniciativa é dos Institutos Iandé Verde e de Desenvolvimento Econômico e SocioAmbiental, que, em parceria com a Iniciativa Cerrados da Fundação Oswaldo Cruz e o Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade Federal de Goiás (UFG), pretendem discutir estratégias de adaptação das cidades, com foco em Goiânia, dentro de um contexto que envolve chuvas intensas, com inundações e alagamentos, e uma das secas mais severas já registradas no centro-norte do Brasil. 

Na ocasião, especialistas e gestores públicos de diferentes partes do país, irão elaborar um relatório que será entregue ao prefeito eleito Sandro Mabel e que poderá servir como ponto de partida para um compromisso permanente de Goiânia com a sustentabilidade e a proteção dos direitos de todos os seus habitantes diante dos desafios climáticos. O projeto, coordenado pelo geógrafo e cientista ambiental, Pedro Novaes, que também é colunista do AR, tem o apoio da Secretaria de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas, e foi viabilizado por uma emenda da vereadora Sabrina Garcez.
 

 
Segundo Pedro, a iniciativa acaba de disponibilizar seu relatório preliminar, que compila o conhecimento científico atual sobre os impactos das mudanças do clima no Cerrado e faz um diagnóstico das vulnerabilidades ambientais e sociais de Goiânia para apontar os principais efeitos a serem enfrentados. De outro lado, traça um panorama das políticas e mecanismos existentes, bem como de suas lacunas, para sugerir estratégias a serem debatidas para a cidade.
 
O relatório relembra eventos recentes, como os altos índices de poluição durante a última seca agravados pelas queimadas, para indicar que os maiores desafios de Goiânia possivelmente não se relacionam às chuvas - embora elas também imponham ações de adaptação -, mas sim à estiagem, à possibilidade de escassez de água e aos impactos sobre a saúde trazidos pela baixa umidade e pela poluição do ar.

O documento aponta também que esses eventos impactam de forma desproporcional as populações mais vulneráveis, especialmente em áreas periféricas, onde fatores sociais, ambientais e climáticos se somam para agravar diretamente problemas relacionados aos direitos humanos.
 
Soma de fatores
Nesse sentido, Novaes explica que “não cabe falar em desastres naturais diante desses desafios; os efeitos de eventos climáticos são resultado da soma de riscos naturais, como esses agora trazidos pelo aquecimento global, à vulnerabilidade de determinados grupos sociais e indivíduos, em função de sua exposição a esses riscos gerada por fatores econômicos e sociais. Por isso, os impactos tendem a ser muito mais severos sobre os mais pobres”, aponta. 
 
A iniciativa alinha-se a pactos globais, como o Acordo de Paris e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, e considera o papel central dos governos locais no cumprimento dessas metas. Com base nesses princípios, o documento propõe ainda caminhos para que Goiânia se sintonize às políticas e redes de financiamentos globais dedicadas ao enfrentamento da crise climática.
 
Entre as medidas sugeridas, estão a criação de um órgão na Prefeitura para coordenar as ações ligadas à mudança do clima, a elaboração de um plano municipal de mudanças climáticas, a criação de uma rede de monitoramento e alerta para a poluição do ar e a revisão do Plano Municipal de Saneamento, entre outras.

Leia mais
Cerrado tem 8,4 milhões de hectares atingidos pelo fogo em 9 meses
Registro de queimadas em setembro é 30% maior que a média do mês
Governo quer pena de até 18 anos de prisão para quem provocar incêndio florestal

Comentários

Clique aqui para comentar
Nome: E-mail: Mensagem:
Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351