A Redação
Goiânia - A Polícia Federal, em conjunto com a Receita Federal e o Ministério do Trabalho e Emprego, deflagrou duas operações para desarticular esquema que movimentou quase um bilhão e meio de reais com cigarros falsificados e trabalho escravo. Ao todo, são cumpridos 41 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Pernambuco.
De acordo com a PF, as investigações tiveram início a partir de denúncias que informavam a venda de cigarros falsificados ou contrabandeados nos municípios de Valparaíso de Goiás, cidade goiana no entorno do Distrito Federal, e de Uberaba/MG.
Os suspeitos ainda manteriam uma fábrica onde trabalhadores paraguaios seriam explorados em condições análogas à escravidão para a produção dos cigarros falsificados.
O inquérito policial indica que os investigados teriam começado seu trabalho com venda de cigarros legítimos, mas começaram a querer lucros maiores e passaram a vender cigarros de uma fábrica clandestina, provavelmente localizada em Minas Gerais.
Durante as investigações, a PF conseguiu amostras dos cigarros e fumos vendidos, de forma que laudos periciais e consulta aos supostos fabricantes teriam confirmado as suspeitas.
Apesar da aparência modesta das distribuidoras localizadas em Valparaíso de Goiás e em Uberaba, as investigações feitas pela PF indicaram a movimentação de R$ 1.473.870.264,00 pelo esquema.
Para conseguir movimentar a carga pelas rodovias do Brasil, o grupo falsificava documentos e notas fiscais para burlar as fiscalizações. Os investigados podem responder por crimes relacionados à falsificação dos cigarros, dos documentos tributários, pelo comércio de produtos impróprios para consumo, pelo trabalho escravo e por lavagem de dinheiro.