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GOIÂNIA

Hospital suspende internações na UTI por falta de pagamento da prefeitura

Jacob Facuri alega descumprimento de contratos | 02.10.24 - 15:46 Hospital suspende internações na UTI por falta de pagamento da prefeitura Hospital Jacob Facuri (foto: divulgação)
A Redação

Goiânia
O Hospital Jacob Facuri, no Centro de Goiânia, anunciou a suspensão de novas internações, atendimentos e procedimentos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) neonatal, adulto, na hemodinâmica e cardiologia, realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A decisão foi tomada em razão de atrasos superiores a 12 meses nos repasses financeiros da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS-GO), além da falta de autorização de internações hospitalares (AIH) em tempo hábil, de acordo com nota divulgada na segunda-feira (30/9), nas redes sociais da unidade.

A Prefeitura de Goiânia informou ao jornal A Redação, nesta quarta-feira (2/9), que já está em interlocução com a diretoria do Hospital Jacob Facuri, "com o objetivo de buscar soluções para as demandas apresentadas. Os débitos em questão, não se referem aos repasses mensais, mas ao complemento à tabela SUS que o município paga para a unidade, devido à defasagem dos valores de remuneração. Somente este ano, a secretaria repassou ao Jacob Facuri, um total de R$ 17.598.861,59". 
 
Segundo o comunicado oficial do hospital, a instituição tentou solucionar as pendências financeiras por meio de notificações e negociações, mas, diante da falta de resposta e da necessidade de preservar a sustentabilidade financeira, foi obrigada a interromper os serviços. A direção do hospital destacou que esforços foram feitos para evitar essa situação, incluindo endividamento e comprometimento de seus próprios recursos.



"Não estamos mais conseguindo suportar os prejuízos financeiros resultantes da falta de repasses financeiros e do descumprimento dos contratos. Além disso, mais de 90 pessoas poderão perder os seus empregos, ou seja, mais de 90 famílias ficarão com a sua renda prejudicada, pois seremos obrigados a fechar alguns desses setores que atendem à Secretaria Municipal de Saúde (SMS). E a situação impacta também os demais setores, pois esse prejuízo financeiro está prejudicando o hospital como um todo, limitando o crescimento profissional e as condições de trabalho de todos os colaboradores", diz trecho da nota. 

Além disso, o hospital informou que a UTI audlto continua em operação, pois o local atende outros planos de saúde e pacientes particulares. "A UTI neonatal é praticamente 100% cedida ao atendimento SUS, ficando insustentável". "Suspendemos as internações, mas, por compromisso e responsabilidade, manteremos os pacientes já internados até terem suas altas com saúde para suas famílias". 

A instituição finaliza o comunicado agradecendo a compreensão e rassaltando que busca, com urgência, uma solução para a crise financeira que enfrenta. 

Confira a nota da Prefeitura de Goiânia: 

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esclarece que já está em interlocução com a diretoria do Hospital Jacob Facuri, com o objetivo de buscar soluções para as demandas apresentadas. Os débitos em questão, não se referem aos repasses mensais, mas ao complemento à tabela SUS que o município paga para a unidade, devido à defasagem dos valores de remuneração. Somente este ano, a secretaria repassou ao Jacob Facuri, um total de R$ 17.598.861,59.
 
A secretaria entende a dificuldade dos hospitais privados em trabalharem com a tabela SUS devido à defasagem dos valores de remuneração. Por isso, tem ampliado o incentivo para as entidades filantrópicas que são hospitais privados, mas sem fins lucrativos e, por isso, possuem maior capacidade assistencial.
 
As filantrópicas, além de não pagarem impostos, ou seja, possuem imunidade tributária o que permite comprar mais barato, têm isenção de encargos sobre a folha de pagamento que representa aproximadamente 80% dos custos de um hospital. Com isso, conseguem trabalhar com a tabela SUS.
 
Já os hospitais privados, pagam impostos e os encargos sobre a folha. Para alguns procedimentos, a exemplo das cirurgias eletivas, o município tem feito um complemento de uma vez e meia o valor da tabela SUS. Para as UTIs pediátricas, a exemplo do Hospital Jacob Facuri, o município faz um complemento que totaliza R$ 2,2 mil a diária. No caso dos leitos de UTI adulto, o SUS paga R$ 600 reais pela diária e o município complementa com R$ 500 reais, chegando a um valor de R$ 1,1 mil por diária.
 
Conforme legislação vigente, o município teria que investir na saúde, 15% do que arrecada, atualmente o percentual está em 28%, o que inviabiliza o atendimento de mais reivindicações dos hospitais privados no que diz respeito aos complementos à tabela SUS.

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