A Equatorial Goiás, por exemplo, já registrou 742 ocorrências de incêndios próximos à rede elétrica, um aumento de mais de 300% em comparação com o período entre janeiro e setembro de 2023. Foram 614 casos apenas nos últimos dois meses, contra 137 no mesmo período do ano passado. Esses incidentes ocorreram em todas as regiões do estado, segundo Roberto Vieira, superintendente da Equatorial em Goiás.
Além disso, a empresa observou uma mudança no comportamento de consumo. O consumo médio residencial aumentou 14% entre janeiro e agosto de 2024, comparado ao ano anterior, passando de 174 kWh para 198 kWh por pessoa. Na área rural, o aumento foi de 11%. A onda de calor que atinge Goiás é apontada como a principal responsável por essa alteração, uma vez que o calor intenso leva a um maior uso de equipamentos de refrigeração. “O calor também pode provocar interrupções no fornecimento de energia, devido ao impacto nos cabos e outros fatores”, explica Roberto.
Impactos do período chuvoso
O período chuvoso também representa um grande desafio para a distribuição de energia. A força dos ventos, quedas de árvores e a dificuldade de acesso, especialmente na zona rural, podem gerar danos ao sistema. Segundo Roberto, o sistema atual não está preparado para lidar com mudanças climáticas que incluem ventos mais fortes e chuvas cada vez mais intensas, resultando na quebra de postes e danos aos cabos, o que causa interrupções no fornecimento.
Entre 2023 e 2024, a Equatorial Goiás registrou a queda de 4.454 postes causados por vendavais. Para mitigar esse impacto, a empresa tem se preparado com um planejamento de longo prazo.
Além dos danos físicos, o período de chuvas afeta diretamente a rede elétrica devido às descargas atmosféricas. Em 2023, o sistema de monitoramento da Equatorial registrou 14,4 milhões de raios em sua área de concessão, um aumento de 379% em relação a 2022. As descargas são responsáveis por aproximadamente 20% das interrupções no fornecimento, além de causar curtos-circuitos, danos a equipamentos e até acidentes fatais.
Para este ano, estão previstas chuvas isoladas em áreas centrais e no sudeste de Goiás durante o mês de setembro. Roberto explica que as chuvas de verão de 2024/2025, embora menos volumosas, tendem a ser mais intensas, causando maior destruição. Para enfrentar esses desafios, a Equatorial tem intensificado ações preventivas e reforçado a rede de distribuição, tanto em áreas urbanas quanto rurais.
Ações preventivas
Com foco no fortalecimento da rede para o período chuvoso, a Equatorial aumentou em 41% as atividades de manutenção preventiva em alta, média e baixa tensão em toda a sua área de concessão. Até agosto, 86% dessas atividades previstas para o ano já haviam sido concluídas.
As ações preventivas incluem mais de 90 mil quilômetros de inspeção na rede e 2.300 inspeções em subestações, além da limpeza dessas unidades e ações corretivas. A Equatorial Goiás também é destaque por ter a maior rede com equipamentos telecontrolados, e tem investido na modernização do sistema de monitoramento e automação da rede, utilizando drones para aprimorar os indicadores de performance.
Para enfrentar os desafios, 141 obras foram realizadas entre janeiro e agosto deste ano, incluindo a reconstrução e recapacitação de redes, a instalação de 34 bancos reguladores de tensão para reduzir oscilações de energia, além de bancos capacitores e religadores.
Veja abaixo outras ações:
(Foto: Ludymila Siqueira/jornal A Redação)