Samuel Straioto
Goiânia - O candidato a prefeito de Goiânia, Vanderlan Cardoso (PSD), se pronunciou após o ex-vereador Paulo Daher ter renunciado da condição de vice na sua chapa. O prefeitável destacou que para evitar constrangimentos, Daher preferiu não insistir em manter a posição dele no governo estadual. Na última quinta-feira, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-GO) atendeu parcialmente os recursos apresentados pela coligação de Sandro Mabel (União Brasil) e determinou a exclusão do Partido Progressistas (PP) da chapa de Vanderlan Cardoso.
Em entrevista ao AR, Vanderlan relatou que ainda conversará com a presidente licenciada do Conselho Regional de Contabilidade de Goiás (CRC-GO), Sucena Hummel, o que originalmente numa discussão de chapa puro sangue seria o nome indicado à vice. A decisão deve ser tomada nas próximas horas. “O Paulo Daher para não causar nenhum constrangimento para ninguém tomou a posição de renunciar. Vou conversar com a Sucena que era no projeto inicial de chapa pura, com ela de vice e logo vamos ter essa
definição da vice”, relatou.
A decisão do colegiado no Tribunal Regional Eleitoral ainda rejeitou a solicitação para que o PP passasse a integrar a coligação de Mabel. Vanderlan Cardoso afirmou que a medida de Daher foi “coerente” e que acaba por evitar o fornecimento de munição para os opositores, numa possível alegação que a chapa dele concorreria com questionamentos junto a Justiça Eleitoral.
“Nós não podemos ficar aí, pois até mesmo os opositores vão usar como ferramenta para nos bombardear e numa campanha que está sob judice a questão do vice. Foi uma decisão muito bem tomada pelo Paulo, uma pessoa ética que nos tem ajudado bastante. Não vamos dar esse gosto para a oposição, não”, relatou o candidato a prefeito pelo PSD.
O coordenador da campanha de Vanderlan Cardoso, Samuel Almeida, informou a reportagem do AR que apesar da renúncia de Paulo Daher na condição de vice, recursos serão apresentados perante a Justiça Eleitoral para buscar reformar a decisão. Afinal, a coligação de Vanderlan com a decisão perde os 54 segundos referentes ao Partido Progressistas no tempo de propaganda no Rádio e na TV.
“A coligação 'Goiânia que Queremos' reforça que todo o processo de aliança entre PSD e PP ocorreu rigorosamente dentro da lei, em convenção legitimamente convocada para tal finalidade e com a concordância das autoridades partidárias. Respeitamos e acataremos a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás. No entanto, manifestamos a nossa discordância e tomaremos as medidas cabíveis para reverter a sentença junto ao Tribunal Superior Eleitoral”, disse Samuel Almeida, por meio de nota encaminhada a imprensa.
O TRE-GO deve oficializar ainda nesta quinta-feira (12) ,o resultado da redistribuição, que ocorrerá de forma proporcional a todas as seis candidaturas que têm direito aos programas. O União Brasil, partido de Sandro Mabel espera somar 30% do total redistribuído, o que representaria cerca de 18 segundos.
Relembre o caso
A convenção do partido em Goiânia ocorreu em 4 de agosto, com a presença de Sandro Mabel, que discursou ao lado de Paulo Daher, sendo aplaudido e posando para fotos. No entanto, a reunião não tomou qualquer decisão oficial, seja de apoio a Mabel ou a Vanderlan Cardoso. As divergências dentro do PP surgiram após a convenção. Ainda no dia 4, Daher registou uma ata alegando uma suposta deliberação para formar coligação com o PSD, incluindo o seu próprio nome como vice na chapa. No dia seguinte, a direção estadual dos Progressistas, sob comando de Alexandre Baldy, presidente da Agehab, interveio na comissão provisória municipal, substituindo Daher pelo deputado federal Adriano do Baldy. O novo líder municipal convocou, no mesmo dia, uma nova reunião com membros do partido para retificar um dado registrado anteriormente e redirecionar o apoio para Sandro Mabel.
Posteriormente, em 10 de agosto, Daher, já amparado por uma decisão liminar que o restabeleceu como presidente municipal, convocou outra reunião para validar ata de 4 de agosto, reafirmando o apoio a Vanderlan. As idas e boas-vindas entre a convenção e as diferentes reuniões foram alvo de críticas dos desembargadores durante o julgamento no Tribunal Regional Eleitoral.
No último dia 6, durante a reunião executiva do diretório municipal, 15 dos 19 membros se reuniram para a destituição de Paulo Daher, o principal agente de uma crise interna que eclodiu no final do prazo para as convenções partidárias. Além de perder a presidência, Daher foi excluído da lista de candidatos a vereador pelo partido. Quem assumiu o comando municipal foi o deputado federal Adriano Avelar, que destacou que uma nova ata foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral.
Campanha
O senador e candidato a prefeito de Goiânia, Vanderlan Cardoso (PSD), entrou em licença não remunerada na segunda-feira, 9. Ele estará afastado das atividades legislativas até o dia 6 de outubro. Vanderlan explicou ao Jornal A Redação que a licença colaborará para continuar as ações de campanha. “Esse período a gente está em campanha, carreata, caminhada, fazendo entrevistas, programas eleitorais, muito pesado. Achei que dava pra gente ajustar isso, então esse período que a gente estava no Senado vamos dedicar mais a campanha”, relatou.
Vanderlan Cardoso (foto: divulgação)
