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MEIO AMBIENTE

Goiás e mais da metade do Brasil enfrentam a pior seca em 44 anos

Regiões sofrem com desequilíbrio hídrico | 28.08.24 - 23:43 Goiás e mais da metade do Brasil enfrentam a pior seca em 44 anos Goiás e mais da metade do Brasil enfrentam a pior seca em 44 anos. (Foto: Divulgação)

A Redação

Goiânia
- Das 27 unidades federativas, Goiás e 15 estados, além do Distrito Federal, estão sofrendo com a seca nos últimos três meses, tendo registrado neste ano a maior seca histórica por falta de chuva em quatro décadas. Na lista estão Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio de Janeiro e São Paulo. A informação, divulgada nesta quarta-feira (28/8), é do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden). Por aqui, ao menos 82% dos municípios estão em seca extrema ou severa.
 
“A gente nunca tinha visto de forma tão expandida pelo país, fora dos estados do semiárido, uma seca tão longa. Já são 12 meses de duração. Isso é um cenário muito preocupante”, explicou Ana Paula Cunha, pesquisadora do Cemaden.
 
Ela lembra que os primeiros registros da seca ocorreram em junho de 2023, com a chegada do El Niño. O período chuvoso iniciado em outubro, que poderia amenizar a estiagem, acabou sendo menos efetivo, prejudicado por bloqueios atmosféricos que impediram o avanço de frentes frias na maior parte do Brasil.
 
Já no começo do ano, as chuvas seguiram abaixo do esperado, ao mesmo tempo em que as temperaturas máximas atingiram recordes históricos. Em tese, o calor deveria ter facilitado a formação de chuvas, por conta da evapotranspiração, mas isso não aconteceu.
 
Tudo isso, no agregado, colocou boa parte do Brasil em um cenário de desequilíbrio hídrico poucas vezes visto. A estiagem, de forma geral, está sendo observada em todo o país, com exceção do Rio Grande do Sul, onde chuvas históricas causaram um dos piores desastres climáticos da história brasileira.
 
“Quanto mais tempo esse cenário durar, mais impactos ele causa, mas mais do que isso, é mais difícil ainda de recuperar. A situação é tão grave que são necessários ciclos de chuva acima da média para ajudar a amenizar e isso não vai acontecer no próximo ciclo. Não vai ser o suficiente”, disse Cunha. 

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