Adriana Marinelli e José Abrão
Goiânia - O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, saiu em defesa de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), após denúncias de que o magistrado teria utilizado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de forma não oficial para investigar bolsonaristas. Alckmin, que está em Goiânia nesta quarta-feira (14/8) para a apresentação do programa Brasil Mais Produtivo, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), afirmou que o ministro é "um exemplo de retidão" e que "o Brasil deve muito a Moraes".
Durante uma entrevista coletiva, Alckmin destacou a trajetória de Moraes, ressaltando o "compromisso do ministro com questões éticas e legais". "Conheço Alexandre de Moraes há décadas... Ele foi secretário da Justiça do Estado de São Paulo, e já naquela época, como membro do Ministério Público, ele defendia que quem entrou depois da Constituição de 88 não podia acumular cargos. Ele pediu demissão. Só uma década depois ficou comprovado que era obrigatório", relatou.
O vice-presidente também lembrou que Moraes foi seu secretário da Segurança Pública, cargo que deixou para se tornar Ministro da Justiça e, posteriormente, assumir uma cadeira no Supremo Tribunal Federal. "Quero dar meu testemunho: grande jurista, retidão e compromisso com a ética e a legalidade", reforçou Alckmin.
Denúncias
O jornal Folha de S.Paulo noticiou, na terça-feira (13/8), que o gabinete de Alexandre de Moraes teria dado ordens de forma não oficial para a produção de relatórios por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo a reportagem, essas ordens foram transmitidas por mensagens com o intuito de embasar decisões do próprio ministro contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos inquéritos das fake news e das milícias digitais. O jornal alegou ter tido acesso a diálogos que mostram o setor de combate à desinformação do TSE sendo utilizado como um braço investigativo do gabinete do ministro.