A Redação
Goiânia - Mesmo sem nenhum caso registrado no estado, a Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO), anunciou, nesta quarta-feira (7/8), que já monitora o cenário de alerta para febre do oropouche. O cuidado vem depois que o Ministério da Saúde chamou atenção para o registro da doença em quase todos os municípios do Brasil, o que levou a pasta, inclusive, a criar o Plano Nacional de Enfrentamento às Arboviroses, documento que inclui dengue, zika, chikungunya e oropouche e que será divulgado nos próximos dias.
Em Goiás, a Secretaria da Saúde já analisou em 2024, no Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen), mais de 2 mil amostras que chegaram ao local para testagem de dengue, zika, chikungunya e que acabaram também sendo examinadas para a febre do oropouche. A pasta, porém, acredita que é só uma questão de tempo para que casos sejam registrados no estado.
Casos no Brasil
No País, foram registrados 7.286 casos em 21 Estados brasileiros, segundo dados até o dia 28 de julho. A maior parte dos casos foi registrada no Amazonas e em Rondônia. Na quinta-feira, 25, duas mortes por febre oropouche no interior da Bahia, que estavam sob investigação, foram confirmadas como os primeiros óbitos do País. As vítimas, ambas mulheres com menos de 30 anos e sem comorbidades, apresentaram sinais e sintomas semelhantes aos de dengue grave. Até o momento, de acordo com o ministério, não havia registro na literatura científica mundial de óbitos causados por essa doença. Uma morte está sob investigação em Santa Catarina.
Doença
Febre oropouche é associada a casos de microcefalia em bebês Pesquisadores do Instituto Evandro Chagas (IEC), associado ao Ministério da Saúde (MS), encontraram evidências de que a febre oropouche, doença transmitida por mosquitos, pode ser passada da mãe para o bebê durante a gestação.
Diante da descoberta, a pasta emitiu, ainda em julho, uma nota técnica recomendando que Estados e municípios redobrem a vigilância sobre a possibilidade desse tipo de transmissão, chamada de vertical. A investigação revive preocupações diante do histórico com o vírus zika, outra arbovirose.
Antes raridade, a microcefalia virou rotina em diversas localidades do Brasil em 2015. Nos primeiros meses, a comunidade científica ainda não tinha conhecimento, mas havia uma relação entre o vírus e a doença, o que resultou no nascimento de mais de 4 mil bebês com a má formação no País.