Ludymila Siqueira
Goiânia - Uma megaoperação da Polícia Civil do Estado de Goiás, Polícia Civil do Ceará e Ministério da Justiça, mira 26 pessoas suspeitas de se passarem por advogados e defensores públicos para aplicar golpes. Os criminosos obtinham dados processuais das vítimas e pediam transferências bancárias a título de pagamento de honorários e impostos, afirmando serem necessários para a liberação dos precatórios e alvarás. Os mandados de prisão são cumpridos nos municípios de Fortaleza, Pacatuba, Maracanaú, Aquiraz, Canindé e Maranguape, todos no Ceará.
Ao todo, foram identificadas mais de 50 vítimas em Goiás que, após os pagamentos, recebiam falsos comprovantes e documentos falsificados com nome de juízes e desembargadores, além do brasão do Poder Judiciário.
Segundo informações da polícia, além dos mandados de prisão, são cumpridos ainda 30 mandados de busca e apreensão e bloqueio de mais de 340 contas bancárias. A investigação apura os crimes de fraude eletrônica e associação criminosa.
Defensoria Pública
A Defensoria Pública é uma instituição que presta atendimentos jurídicos gratuitos à população em situação de qualquer tipo de vulnerabilidade. Sendo assim, não faz cobranças de honorários.
A Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) publicou uma nota alertando sobre golpes: Veja na íntegra:
"Tentando se passar por um defensor público, golpistas acionaram assistidas da Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) para cobrar supostas taxas judiciárias. A Instituição não realiza tais cobranças e todos os seus serviços oferecidos são totalmente gratuitos. Em caso de contatos suspeitos, procure a Unidade da DPE onde foi atendida e informe sobre o ocorrido.
No final da tarde da última segunda-feira (15/07), um homem, se passando por um defensor público que atua no município de Inhumas entrou em contato com duas pessoas assistidas pela DPE-GO, via WhatsApp, informando que seria necessário pagar uma taxa judiciária para que recebessem indenizações obtidas em ação judicial.
O golpista enviou supostos documentos, com a identidade visual do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) para tentar enganar as vítimas, pediu os dados bancários e gerou boletos, pedindo que pagassem cobranças referentes ao Imposto de Rende e à Contribuição Previdenciária.
Na conversa, a pessoa cria senso de urgência, informando que, caso a cobrança não seja paga, os documentos da assistida serão retidos. Em um momento ele chega a sugerir que ela faça um empréstimo ou que pegue a quantia emprestada com um familiar.
Em um caso similar, em novembro do ano passado, relativo a um suposto golpe em que se passaram por uma defensora pública de Trindade, a Defensoria Pública formalizou uma denúncia junto à Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO) solicitando a investigação da autoria dos fatos. O caso de Inhumas foi comunicado à Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO) com pedido de investigação".