A Redação
Goiânia- O professor da Faculdade de Educação Física e Dança (Fefd) da Universidade Federal de Goiás (UFG), Claudio Lira, em parceria com os pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Rodrigo Vancini, e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Marilia Andrade, discutiu sobre o impacto econômico ocasionado pelas licenças médicas no mercado de trabalho, gerando uma perda financeira média de US$ 5 bilhões. O texto publicado na edição desta sexta-feira (19/7) da revista Science, alerta para a importância da prevenção no combate ao vetor da doença.
O ano de 2024 bateu o recorde de casos de dengue no Brasil. Somente no primeiro semestre, o país ultrapassou 6 milhões de casos. Para se ter ideia, 2015 detinha a maior taxa de infecção, com 1,7 milhões de casos.
A perda econômica estimada, segundo os autores, reflete “perdas diretas na produção e nos serviços, mas também os custos com assistência médica”. Ainda segundo o argumento do texto, as infecções por dengue se relacionam ao baixo status socioeconômico e, nesse sentido, 60% dos indivíduos em risco de infecção “pertencem aos 52% da população brasileira” economicamente ativa.
Perdas
De formas diferentes e complementares, empresas do setor industrial e comercial tendem a enfrentar tanto perdas financeiras como operacionais, com a realocação de funcionários entre setores e treinamento de novos funcionários, discute o artigo. No caso das indústrias, devido ao alto nível de treinamento e especialização, “a ausência de um único funcionário pode interromper substancialmente todo o processo”. Já no setor comercial, “lojistas e proprietários de empresas relatam dificuldades em manter suas operações, resultando em declínios nos lucros”.
Enquanto caminho para a recuperação econômica, os autores reforçam a importância do apoio financeiro e subsídios do governo às empresas afetadas. E também destacam como crucial o planejamento conjunto entre empresários, serviços públicos e população brasileira para a prevenção e combate ao vetor da doença, onde se deve incluir “campanhas de vacinação, aprimoramento do controle de vetores e aumento da conscientização da população”.