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Segundo ele, veredicto "deve ser respeitado" | 01.06.24 - 09:33
Biden e Trump (foto: reprodução) São Paulo - O presidente dos EUA, Joe Biden, subiu o tom na sexta-feira (31/5), e rompeu o silêncio sobre a condenação do ex-presidente Donald Trump. Segundo ele, o veredicto "deve ser respeitado" e qualquer esforço para minar o Judiciário é "imprudente", "perigoso" e "irresponsável".
Mais cedo, Trump havia convocado uma entrevista coletiva em Nova York para disparar por 33 minutos insultos ao presidente, ao juiz do caso e ao julgamento. Ele alegou que sua condenação era uma instrumentalização política da Justiça e uma "caça às bruxas" patrocinada por Biden e pelos democratas. "Se podem fazer isso comigo, podem fazer isso com qualquer um. Essas são pessoas ruins. Em muitos sentidos, são pessoas doentes", disse o ex-presidente, se referindo aos integrantes do escritório do promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, responsáveis pelo caso.
Trump também reiterou acusações contra o juiz Juan Merchan, descrevendo-o como "altamente conflituoso. "No que diz respeito ao julgamento em si, foi muito injusto. Vocês viram o que aconteceu com algumas das testemunhas que estavam do nosso lado, elas foram literalmente crucificadas por esse homem (Merchan)", disse. "Ele parece um anjo, mas na verdade é um demônio."
Contra-ataque
Os ataques do ex-presidente provocaram uma reação imediata dos democratas, esquentando a disputa - que oficialmente ainda nem começou. A equipe de campanha de Biden atacou o republicano, chamando Trump de "desesperado" e "confuso".
Horas depois, foi a vez de Biden partir para o contra-ataque. "É perigoso, é irresponsável, alguém dizer que o julgamento foi fraudado só porque o veredicto não lhe agrada", afirmou o presidente. "A Justiça deve ser respeitada. Ninguém está acima da lei." A decisão do presidente de abordar diretamente o julgamento foi uma mudança estratégica. Desde que o Trump foi acusado criminalmente pela primeira vez, Biden se recusou a comentar os casos, na esperança de ficar acima da briga e evitar alimentar as alegações dos republicanos de que a Casa Branca está por trás de tudo.
Alguns estrategistas democratas, no entanto, o encorajaram a se manifestar, argumentando que Biden tinha a responsabilidade, como presidente, de falar aos americanos sobre um momento de grande importância que tem o potencial de romper o tecido democrático e institucional do país.
A sentença de Trump foi marcada para o dia 11 de julho. Mesmo se for peso - o que especialistas dizem ser pouco provável - ele ainda pode ser eleito e assumir o cargo. Os republicanos apostam que a condenação galvanize o apoio da base ao ex-presidente. Os democratas acreditam que o enrosco na Justiça deve afastar o eleitor moderado do Partido Republicano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (Agência Estado)