O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, no início da noite desta segunda-feira (15/4), o programa Terra da Gente, com medidas voltadas à reforma agrária. A apresentação da iniciativa, que ocorreu durante solenidade no Palácio do Planalto, em Brasília, com a presença de ministros como Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), vem em um momento de pressão por parte do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O grupo invadiu, na parte da manhã, 24 áreas em 11 estados. É o que o movimento chama de "Abril Vermelho", época do ano em que reforça suas atividades.
Como resposta, o Terra da Gente, que vem sendo chamado de "prateleiras de terras", cria categorias de áreas passíveis de ser usadas para a reforma agrária. Por exemplo: áreas sob domínio do Incra ou em processo de assentamento, áreas com processo de aquisição em andamento, áreas que podem ir para a reforma agrária depois de negociação de dívida com a União e imóveis improdutivos.
De acordo com o comunicado divulgado pelo governo federal, cerca de 295 mil famílias, sendo 74 mil assentadas e outras 221 mil com regularização de lotes já existentes, devem ser incluídas, nos próximos dias, no Programa Nacional de Reforma Agrária. Também, ainda segundo o Executivo, 7 mil famílias deverão ter acesso ao Programa Nacional de Crédito Fundiário.
Lula também assinou atos que transferem para o Incra uma área obtida pela União por meio de negociação de dívidas e que criam nove assentamentos para a reforma agrária, entre outras medidas. O programa Terra da Gente tem o mesmo nome de um programa de televisão transmitido no interior de São Paulo que fala sobre natureza, culinária regional, pesca e outros temas.