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LITERATURA

'O Avesso da Pele' é recolhido de escolas em Goiás após polêmica no Paraná

Livro foi selecionado pelo PNLD | 08.03.24 - 00:18 'O Avesso da Pele' é recolhido de escolas em Goiás após polêmica no Paraná (Foto: Divulgação)
São Paulo - Após ser recolhido das escolas do Paraná, o livro O Avesso da Pele está sendo recolhido em Goiás. A informação foi divulgada no Instagram da Companhia das Letras, responsável pela publicação da obra. "A Secretaria de Educação de Goiás também pediu o recolhimento da obra de Jeferson Tenório — livro este selecionado pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD)", informa a legenda de uma postagem feita nesta quinta-feira (7/3).
 
"A decisão de recolher um livro previamente aprovado e selecionado por uma banca de educadores, especialistas, mestres e doutores em literatura não apenas prejudica a qualidade da educação oferecida às nossas crianças e jovens, mas também mina a confiança no próprio programa (PNLD) e nas instituições responsáveis por sua implementação. Além disso, ela representa um grave ataque à liberdade de expressão e ao pluralismo de ideias, princípios fundamentais de uma sociedade democrática", diz a nota. 


A editora também pediu um posicionamento por parte do Ministro da Educação em defesa do Programa Nacional do Livro Didático. "Embora O Avesso da Pele tenha sido avaliado, aprovado e comprado na gestão anterior, é fundamental que o governo reafirme seu compromisso com a educação de qualidade, a liberdade de expressão e o respeito à diversidade, garantindo que a PNLD continue a desempenhar seu papel fundamental sem interferências arbitrárias e ideológicas." 

Vendas
Após ser alvo de censura no Paraná, O Avesso da Pele, vencedor do Prêmio Jabuti de 2021, se tornou o mais vendido da Amazon. Segundo a empresa, as vendas de cópias da obra aumentaram em 400% desde a última sexta-feira (1º/3).

Tudo começou quando a diretora de uma escola de Santa Cruz, no Rio Grande do Sul, publicou um vídeo criticando a obra nas redes sociais. Na publicação, Janaína Venzon diz que a obra é "de baixo nível" e não deveria ser trabalhada com alunos do ensino médio. Ela também solicitou que o Ministério da Educação recolhesse as cópias presentes na escola em que trabalha, já que o livro faz parte do PNLD (Programa Nacional do Livro e do Material Didático) desde 2022 e aborda temas como o racismo estrutural e violência policial. As próprias escolas indicam livros considerados importantes, e então eles são comprados.

A questão repercutiu nas redes sociais e internautas mostram apoio a Jeferson Tenório. O livro será recolhido em todas as escolas sob jurisdição do NRE (Núcleo Regional de Educação) de Curitiba, segundo o ofício circular emitido nesta segunda-feira (4/3), na capital paranaense.

O autor lamentou a decisão em seu Instagram. Nos comentários, seguidores mostram apoio ao autor: "Absurdo. Teu livro é mais do que necessário", disse um. Outra seguidora comentou que o livro faz parte de sua tese de doutorado: "O Avesso ainda será pauta de muita leitura e resistência", disse. (Agência Estado)


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