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Pesquisa avalia poluição aquática na costa | 06.03.24 - 10:23
(Foto: divulgação)A Redação
Goiânia – Considerada um problema sem precedentes, a poluição plástica nos ecossistemas aquáticos é uma preocupação global. Os microplásticos, definidos como partículas de tamanho entre 100 nanômetros e 5 milímetros, passam facilmente pelos sistemas de filtração de água e acabam chegando aos rios, lagos e oceanos, representando uma ameaça potencial à vida aquática. Esforços têm sido mobilizados para caracterizar a presença e o risco que esses poluentes podem representar para os ambientes naturais, bem como para a saúde humana.
Nesse sentido, os grupos dos professores Thiago Lopes Rocha e Boniek Gontijo Vaz, do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (Iptsp) e do Instituto de Química (IQ), respectivamente, da Universidade Federal de Goiás (UFG), fazem parte da equipe executora do maior projeto já realizado no Brasil sobre a poluição por microplásticos nas praias brasileiras.
No projeto MicroMar, coordenado pelo professor Guilherme Malafaia, do Instituto Federal Goiano (IF Goiano), pesquisadores de várias instituições brasileiras reúnem esforços para a realização de um levantamento em larga escala sobre a poluição microplástica em praias ao longo de toda a costa brasileira, cujo objetivo é prover um diagnóstico atual, abrangente e inédito sobre essa temática no Brasil.
Coleta
Até o momento, os pesquisadores realizaram a coleta de mais de 6,7 mil amostras de areia e água em 750 praias localizadas em 300 municípios/distritos nos estados de Amapá, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Um total de 5.578 km de orla já foi percorrido ao longo de julho de 2023 e fevereiro de 2024. De acordo com o coordenador do projeto, até abril de 2024 a coleta em todos os estados brasileiros litorâneos já terá sido realizada, abrangendo uma área que vai da praia de Goiabal (no município de Calçoene, no Amapá) até a Barra do Chuí, no extremo sul do Brasil.
Com o auxílio dos grupos dos professores Thiago Rocha e Boniek Gontijo, as amostras serão analisadas em laboratório, visando a quantificação e a tipificação de microplásticos, o estabelecimento de valores de background, a construção e disponibilização de mapas de distribuição da poluição microplástica, e a determinação de índices de risco de polímero e de carga poluidora. O projeto MicroMar prevê ainda a realização de uma análise sobre as correlações entre os níveis de poluição por microplásticos nas praias e as variáveis oceanográficas, as condições ambientais e os aspectos gerais do litoral brasileiro.
"O projeto MicroMar reúne, pela primeira vez, pesquisadores de instituições sediadas em todo o Brasil em busca de prover subsídios para a tomada de decisões locais, regionais e nacional, visando a prevenção de possíveis danos e minimização de gastos futuros nas áreas ambiental e de saúde pública", salienta o professor Thiago.