Adriana Marinelli
Goiânia - Governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) avalia que o grande número de presentes no ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, em São Paulo, no domingo (25/2), representa que "o Brasil mantém uma direita sólida". Para Caiado, que esteve no evento bolsonarista ao lado da primeira-dama do Estado de Goiás, Gracinha Caiado, o "ato ficará na história".
"Que domingo lindo! Nada explica melhor a democracia do que o povo na rua. Milhares de pessoas foram ouvir e apoiar o presidente Jair Bolsonaro", escreveu Caiado ao destacar a força da direita no País.
Caiado tem se aproximada cada vez mais da ala bolsonarista. O foco do governador goiano é reunir apoio para disputar a Presidência da República em 2026. O combate à criminalidade, pauta antiga de Caiado e que tem ampla divulgação entre os apoiadores do ex-presidente, tem ganhado cada vez mais força na gestão do chefe do Executivo goiano, que prega tolerância zero ao crime.
Mobilização
O ato que reuniu uma multidão na Avenida Paulista foi convocado por Jair Bolsonaro após o ex-presidente ser um dos alvos da operação Tempus Veritatis (hora da verdade, em latim) da Polícia Federal (PF) no último dia 8, quando teve que entregar seu passaporte às autoridades. A PF apura a participação do ex-presidente em uma articulação para dar um golpe de Estado que impediria a realização das eleições de 2022 ou a posse de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência.
A manifestação convocada pelo ex-presidente reuniu na Paulista cerca de 600 mil pessoas em uma das vias mais importantes da capital paulista, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP).
O número de presentes ultrapassou o registrado em atos anteriores promovidos pelo ex-mandatário no mesmo local, porém não superou a quantidade de pessoas que foram à avenida durante a campanha pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2015. De acordo com a estimativa da SSP na época, 1,4 milhão de pessoas estiveram na Paulista protestando contra a então presidente Dilma Rousseff em março de 2015.
As estimativas realizadas pela Secretaria, porém, divergem de levantamentos feitos por outras entidades.
O Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, apurou que o público para o pico da manifestação, às 15 horas, foi de 185 mil pessoas. Considerando os dados do monitor da USP, o ato bolsonarista reuniu mais pessoas do que a manifestação em celebração a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição de 2022.
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