A Redação
Goiânia - Uma pesquisa da Universidade Federal de Goiás (UFG) encontrou ovos do mosquito Aedes aegypti infectados por zika e chikungunya antes mesmo da eclosão (nascimento) do inseto. A coleta dos ovos foi feita em diversas regiões de Goiânia e lideradas por Diego Michel Fernandes, principal pesquisador do projeto.
Segundo ele, os vírus podem estar incubados nos ovos esperando o momento de novas epidemias, como em tempos de seca quando precisam de um mecanismo para continuar seu ciclo de vida na natureza porque não conseguem inclodir pela falta de água.
O especialista, que lidera a pesquisa, baseada em sua tese de mestrado na área de genética e biologia molecular, explica ainda que, nesses casos, trata-se de uma “transmissão vertical”, quando não há um hospedeiro humano. Neste caso, pode acontecer um aumento das arboviroses, doenças causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos (dengue, chikungunya e zika).
“O mosquito infectado deposita os ovos já com o vírus no ovo. Então, esse mosquito quando ele eclodir, já estará altamente infeccioso, ele não precisará procurar um hospedeiro contaminado para se contaminar e aí sim proliferar, ele já estará contaminado desde o nascimento”, explicou Fernandes em entrevista ao site G1 Goiás.
Na literatura científica, a pesquisa é inovadora. O estudo, feito em parceria com a Vigilância Sanitária, será publicado na Revista Brasileira de Medicina Tropical nesta semana e conta com a participação de uma vasta equipe de trabalho.
Atuaram na pesquisa:
Diego Michel Fernandes Da Silva
Juliana Santana de Curcio
Lívia do Carmo Silva
Flávia Barreto de Sousa
Carlos Eduardo Anunciação
Silvia Maria Salem-Izacc Furlaneto
Victoria Porto Sandre Missiatto Silva
Marco Túlio Antônio Garcia-Zapata
Elisângela de Paula Silveira-Lacerda