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Investigação

Presa suspeita de envenenamento em Goiânia ameaçava e perseguia ex-namorado

Polícia diz que crime foi premeditado | 21.12.23 - 11:38 Presa suspeita de envenenamento em Goiânia ameaçava e perseguia ex-namorado Leonardo Pereira Alves (vítima), Luzia Tereza Alves (vítima) e Amanda Partata (suspeita)José Abrão
 
Goiânia – A advogada Amanda Partata, presa em Goiânia na quarta-feira (20/12) suspeita de ter envenenado e matado o ex-sogro e a mãe dele no último domingo (17/12), teria premeditado todo o crime. É o que afirma o delegado Carlos Alfama, da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), responsável pela investigação. Além disso, a suspeita estaria perseguindo e ameaçando o ex-namorado, Leonardo Filho, filho e neto das vítimas, por meio de números e perfis falsos.
 
O envenenamento teria sido por meio de um lanche levado pela suspeita para a casa das vítimas para um café da manhã. Segundo o delegado, Amanda, que mora em Itumbiara, estava hospedada em Goiânia desde a quinta-feira da semana passada e, após passar três horas na casa dos ex-sogros no domingo, retornou para a sua cidade, apesar de ter recebido um áudio do ex-sogro sugerindo que ela fosse ao médico, já que ela teria relatado à família do ex-namorado que estava grávida. 

“Leonardo pediu para que ela procurasse o hospital, já que ela estava grávida”, diz Alfama. Ainda assim, ela só teria procurado atendimento médico por volta da meia-noite de segunda. O delegado fala em crime premeditado, já que Amanda sequer saiu do hotel em que estava hospedada durante todo o sábado, saindo apenas no domingo para se encontrar com as vítimas e depois indo embora.
 
“Ela comprou biscoito de queijo, pão de queijo, suco de uva, bolos no pote e então voltou ao hotel. Ela podia ter ido direto, mas voltou ao hotel e depois foi para a casa das vítimas”, informa o delegado, explicando que esse pode ter sido o momento em que a suspeita teria colocado veneno nos produtos que seriam levados à casa das vítimas. A polícia suspeita que um ou mais alimentos tenham sido envenenados. 

Perseguição
Segundo Alfama, Amanda já estava sendo investigada pela Delegacia de Crimes Cibernéticos. Após o término do namoro no início de agosto, depois de um mês e meio de relacionamento, seu ex-namorado, Leonardo Filho, começou a receber ameaças por telefone e por meio das redes sociais. “Ele estava sendo ameaçado por pelo menos seis perfis falsos diferentes, recebendo 10, 15 ligações por dia que não falavam nada. Ele bloqueou mais de 100 números até a denúncia da perseguição”, informa o delegado.
 
A investigação descobriu que os perfis foram criados por Amanda, algo que foi corroborado pela empresa Meta, responsável pelo Instagram e Facebook. Além disso, os números falsos usados nas ligações foram mascarados por um software e estavam registrados em um telefone cadastrado no nome do irmão de Amanda. “Mas ela cometeu um erro e registrou o próprio telefone e e-mail como dados de recuperação”, explica o delegado.
 
Tudo isso ao mesmo tempo em que ela teria informado a Leonardo Filho e à família do ex-namorado que ela estava grávida, sendo recebida de braços abertos pelos familiares, mesmo com a negativa de Leonardo de retomar o relacionamento. Inconformada, Amanda teria intensificado as ameaças. “Depois não adianta chorar em cima do sangue deles”, dizia uma das mensagens que Amanda enviou para Leonardo Filho, se referindo aos seus familiares.
 
Segundo o delegado, não há qualquer indício de que a suspeita esteve, de fato, grávida. “Ela não está grávida, apesar de dizer que está, fingindo estar enjoada. Ela apresentou alguns exames de gravidez antigos, mas há indícios de falsificação”, diz o delegado.
 
Relembre o caso
Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e Luzia Tereza Alves, de 86 anos, mãe e filho, morreram em Goiânia entre domingo e segunda-feira (18/12) vítimas de envenenamento. Em um primeiro momento, a suspeita foi de que eles tivessem sofrido uma intoxicação alimentar causada por alimentos contaminados de uma famosa doceria de Goiânia.
 
A polícia excluiu qualquer relação com a doceria. “A injustiça direta de um crime é contra a vítima, mas houve uma injustiça grande contra a doceria. É uma empresa séria, responsável, que colaborou totalmente com todos os pontos da investigação”, garante Alfama.
 
Por uma questão técnica, os policiais acreditam que o veneno tenha sido ministrado no suco, pois é mais fácil dissolver o produto no líquido. A motivação, na avaliação da polícia, está ligada ao fato de Amanda não aceitar o término do namoro. Ela poderá responder por duplo homicídio duplamente qualificado. 

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