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Tecnologia

Revolução silenciosa: como a inteligência artificial impacta a comunicação

Publicitária Mariana Dalcin analisa cenário | 06.12.23 - 16:33 Revolução silenciosa: como a inteligência artificial impacta a comunicação Publicitária e professora Mariana Dalcin já trabalha com IA: "Quem não quiser aprender, vai perder o emprego; quem correr atrás, vai ter destaque lá na frente" (Foto: Letícia Coqueiro/AR)José Abrão
 
Goiânia – O título desta matéria foi sugerido por uma inteligência artificial (IA) do tipo chat. Eu inseri o comando: “me dê um título para uma matéria jornalística sobre o impacto da IA na comunicação”. Os primeiros resultados foram, na minha opinião, ruins e eu pedi que o chat me desse mais opções, assim como dei o feedback de que não eram bons títulos. Eventualmente chegamos no título escolhido após umas dez tentativas e após uma edição feita por mim para aparar as arestas. Todo o processo levou menos de três minutos. Esse é um exemplo prático de como esse tipo de ferramenta pode vir a ser usada no dia a dia de jornalistas, publicitários, assessores de imprensa, social media e equipes de relações públicas.
 
A publicitária e professora Mariana Dalcin atua há mais de uma década especificamente em comunicação para as redes sociais e mergulhou de cabeça no uso da IA. De acordo com ela, a transformação não é iminente: ela já está acontecendo. “Eu vejo de forma positiva. Quando acontecem essas mudanças, a gente fica com medo das atividades acabarem, mas isso não acontece na prática. Um exemplo prático é o banco: antes da internet, você tinha que resolver tudo na agência, presencialmente. Agora, o banco e a agência seguem existindo, mas você pode resolver muita coisa pelo celular, muitas vezes sem passar por nenhum atendimento. Quem não quiser aprender, vai perder o emprego. Quem correr atrás, vai ter destaque lá na frente”, avalia.

Mariana será uma das palestrantes da Conferência sobre IA na Comunicação, Comércio e Turismo, promovida pelo jornal A Redação. O evento será no dia 12 de dezembro, no Teatro Sesc Centro, em Goiânia, e tem como objetivo discutir as mudanças e oportunidades geradas pela Inteligência Artificial (IA) nestes setores. As inscrições podem ser feitas pelo formulário.
 
O principal imediato que Dalcin identifica na rotina de trabalho dos profissionais é na aceleração de processos. “O tempo que eu levava para escrever 20 legendas de conteúdo para redes sociais, hoje levo a metade do tempo, só utilizando o Chat GPT na sua versão gratuita. E não acho que um chat vai substituir nosso trabalho, você ainda precisa transformar aquela informação para utilizar no seu trabalho”, exemplifica.


(Foto: Letícia Coqueiro/AR)
 
E já existem muitas ferramentas, a maior parte pagas, que editam imagens, transcrevem áudios, transformam textos em áudios, e assim por diante. Para além dessa utilização diária, a IA na comunicação traz com ela dois grandes desafios que precisam ser superados o quanto antes: a desinformação por meio da propagação de fake news e a violação de direitos autorais, principalmente de fotógrafos.
 
“As fake news já existiam e vão continuar existindo, só que a IA potencializa isso. Qualquer um consegue hoje acessar a internet e produzir um material com o rosto e a voz de qualquer pessoa. É muito fácil e muito acessível, assim como também é muito fácil acessar e produzir conteúdo que viole essa questão dos direitos autorais”, resume Dalcin.
 
Contenção
Esses desafios são imediatos e enormes por um fator muito elementar: não existe qualquer tipo de regulamentação, o que dá carta branca para estas ferramentas, que usam livremente (inclusive de forma criminosa) dados retirados de todos os cantos da internet, e encoraja a impunidade de malfeitores. “Não existe a menor regulamentação nem sequer para a desinformação em si, então ainda tem muita coisa para caminhar até chegar na IA propriamente dita”, salienta a publicitária.
 
E todos já viram IA sendo usada para o mal, principalmente em períodos eleitorais: vídeos adulterados, áudios fabricados, tudo sendo divulgado por meio de disparos em massa feito por bots em redes sociais e principalmente pelo WhatsApp. E, na prática, ainda não há nada que possa ser feito para tentar impedir este tipo de coisa. E, na visão de Dalcin, provavelmente nem haverá.
 
Acaba que a palavra chave é “contenção”. Por meio de regulamentação que ao menos categorize esse comportamento criminal, pode haver uma chance de pelo menos conter esses casos, mas não de impedi-los, já que estas ferramentas são efetivamente caixas-pretas. A melhor aposta, portanto, é tentar estabelecer parâmetros de utilização e definir claramente mal-uso. “Precisamos determinar realmente o que é crime e o que não é. Se produzir informação falsa deveria ser um crime, então deve ser criminalizada. É até cômico propor que algo que devia ser proibido seja proibido”, arremata Dalcin.

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SERVIÇO:
Inteligência Artificial nos setores de Comunicação, Comércio e Turismo
Data: 12/12
Horário: das 15h às 18h
Local: Teatro Sesc Centro - R. 15, 178-298 - St. Central, Goiânia - GO, 74030-030
Inscrições no Link

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