A Redação
Goiânia - O desmatamento em Goiás caiu 18% entre agosto de 2022 e julho de 2023 na comparação com o período entre agosto de 2021 e julho de 2022. Os dados são do balanço anual do projeto Prodes Cerrado, mantido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta quarta-feira (28/11).
Com 18%, Goiás é o Estado que registrou o maior percentual de recuo no desmatamento entre todas as unidades federativas em que ocorre o bioma Cerrado. Na sequência, aparecem o Mato Grosso (-17%), Minas Gerais (-12%) e Piauí (-5%). Em todos os outros, houve aumento nas poligonais desmatadas.
As maiores altas aconteceram na Bahia (38%), no Mato Grosso do Sul (14%), no Tocantins (5%) e no Maranhão (3%). Esses estados contribuíram para que o número total de quilômetros quadrados de vegetação suprimida ficasse 3% acima do registrado no balanço de 2022. Em números absolutos, a área desmatada foi de 11.011,7 km². No ano passado, foi de 10.688,7 km².
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, os estados do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) responderam por 75% de todo o desmatamento do Cerrado entre agosto de 2022 e julho de 2023.
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A secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Andréa Vulcanis, afirma que a redução já é resultado do pacto firmado pelo Governo de Goiás com setores produtivos com o objetivo de zerar o desmatamento ilegal no Estado até 2030.
"O objetivo do pacto sempre foi o de assegurar a proteção dos recursos ambientais sem desconsiderar interesses econômicos e a produtividade no estado. Os resultados do Prodes Cerrado mostram que temos razão quando dizemos que é possível crescer de forma sustentável, sem desrespeitar a legislação ambiental e protegendo as nossas riquezas naturais", afirma Andréa Vulcanis.
Dinâmica do desmatamento
O balanço do Prodes Cerrado também trouxe detalhes importantes sobre a dinâmica de supressão de vegetação no bioma. Por exemplo: mais da metade do desmatamento é autorizado ou acontece dentro dos parâmetros definidos pelo Código Florestal, que é legislação federal.
O Prodes informa também que 63,47% das áreas desmatadas foram em propriedade privada, 7,39% em unidades de conservação, 6,14% em terra pública não destinada, 3,58% em assentamentos, 0,71% em terras indígenas e 0,32% em áreas quilombolas. São proporções parecidas com as observadas em Goiás.
O Prodes Cerrado é um projeto mantido pelo Inpe, vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, com periodicidade anual. Analisa imagens de 1º de agosto a 31 de julho do ano seguinte. Divulga dados desde 1988 e utiliza imagens de satélites produzidas com resolução espacial de 10 a 30 metros.