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Artigo foi publicado na revista Nature | 28.09.23 - 09:05
(Foto: divulgação)A Redação
Goiânia – Os estudos da área de Ecologia e Evolução costumam relacionar a grande diversidade de flora e fauna de algumas regiões do planeta com as regiões próximas do Equador e as condições climáticas dessas áreas. No entanto, um estudo publicado na Nature, nesta quarta-feira (27/9), mostrou algo novo: foi observado o quão grandes são essas áreas 'quentes e úmidas', e o quão 'isoladas' elas são entre si. Isso explica porque a biodiversidade nesses locais cresce de forma única: pela geografia do clima.
O primeiro autor da pesquisa, egresso da UFG e doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás (PPG Eco-Evol/ICB/UFG), Marco Túlio Pacheco Coelho, explica que esta é a grande descoberta deste estudo: “cerca de um terço da razão de haver tanta vida nos trópicos não é apenas porque é quente e úmido. É também porque esses tipos de clima cobrem uma vasta área e são realmente isolados. Isso significa que plantas e animais nessas áreas têm muito espaço isolado para crescer, mudar e se tornar únicos”.
(Imagem: divulgação)
O trabalho intitulado 'The geography of climate and the global patterns of species diversity' está sendo desenvolvido desde 2020 pelos pesquisadores. Segundo Marco Túlio, o estudo não foi projetado para responder questões específicas como, por exemplo, quais as espécies estão mais ameaçadas de extinção. No entanto, ele dá pistas importantes para se pensar em soluções. Para ele, o estudo oferece insights valiosos que podem moldar a maneira de se cuidar do planeta com um clima em mudança. Ele considera que quando se pensa no aquecimento do planeta e as consequências para a biodiversidade, há diversas questões que precisam ser elucidadas.
“Como o tamanho e a configuração de diferentes climas mudarão? Algumas zonas climáticas ficarão maiores? Outras desaparecerão? Se o clima do planeta fosse um quebra-cabeças de repetições de cores em múltiplas peças, algumas peças da mesma cor se dispersariam mais e outras se aproximariam? Com base no estudo, conhecer as respostas para essas perguntas é crucial para nos preparar melhor para proteger a biodiversidade no planeta”, ressalta o pesquisador.