A Redação
Goiânia - Marcando o encerramento do Seminário Internacional Águas para o Futuro, nesta quarta-feira (13/9) no município de Rio Quente, o programa Juntos pelo Araguaia foi oficialmente lançado como candidato ao título de Sítio de Ecohidrologia da Unesco. O órgão elege, anualmente, novas iniciativas para serem demonstrativas da aplicação dos conceitos da ecohidrologia ao redor do mundo. Esse ano, com abertura de novo edital, a região da bacia do Alto Araguaia pode se tornar a segunda escolhida no Brasil.
O anúncio da candidatura foi feito pelo coordenador regional do Programa Hidrológico Internacional (PHI) da Unesco, Miguel Doria. Ele formalizou o anúncio no Dia Nacional do Cerrado, durante o painel Juntos pelo Araguaia: inovação em governança colaborativa pelas águas. “O objetivo é mostrar que é possível, por meio do conhecimento, ter impacto no sistema aquático, para que possa inspirar outras bacias hidrográficas”, pontuou.
Miguel esclareceu que a iniciativa estuda projetos de restauração que visam melhoria da qualidade e da quantidade de água nos territórios. "Em 2022, a Unesco escolheu o primeiro sítio demonstrativo no Brasil: a Bacia Hidrográfica do Rio Santo Antônio (MG), que faz parte da macrobacia do Rio Doce", contou aos representantes de 22 países e estados brasileiros que estavam prestigiando o seminário.
Bacia do Alto Araguaia
Segundo o diretor administrativo do Instituto Espinhaço, Sérgio Nesio, iniciativas como essas aumentam a visibilidade para os projetos de restauração florestal e recomposição da vegetação nativa, com conservação de solo e água que visam essa melhoria na produção deste bem. "Um exemplo é a possibilidade de falarmos mais sobre a região da bacia do Alto Araguaia, onde acontece o programa Juntos pelo Araguaia, que já restaurou mais de 300 hectares com recomposição de vegetação nativa do Cerrado e ações de conservação de solo, de terraceamento e barraginhas."
“Essas atividades fazem parte de todo um composto de técnicas utilizadas pela ecohidrologia a que se somam o engajamento do produtor rural, da sociedade local, das instituições públicas, privadas e múltiplos parceiros financiadores que garantem a sustentabilidade dessas ações e projetos como o Juntos pelo Araguaia”, completa, adiantando que até o mês de novembro o resultado do edital será divulgado.
JPA
Lançado em 05 de junho de 2019, o Programa juntos pelo Araguaia tem como objetivo promover a recuperação de áreas degradadas e o reflorestamento no bioma cerrado. Visa contribuir para a melhoria da qualidade do rio, reabastecer os mananciais, preservar o meio ambiente e regenerar ecossistemas fragilizados. Além disso, tem por meta fornecer serviços ambientais, como a captura de carbono, e promover mudança cultural que resulte em práticas sustentáveis de ocupação do território.
O objetivo do programa é promover a recuperação de 10 mil hectares de áreas degradadas da bacia hidrográfica do Rio Araguaia. Diretamente, o público-alvo do JPA engloba a população de 28 municípios dos estados de Goiás (16 localidades) e Mato Grosso (12), na Região Centro-Oeste do Brasil.
Na cooperação público-privada, o Governo do Estado de Goiás, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad-GO) e o Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Meio Ambiente (Sema-MT) são os curadores técnicos e institucionais do Programa Juntos pelo Araguaia (JPA). Os investidores são as empresas Anglo American, Hypera Pharma, State Grid e Rumo Logística. A Pilar Gold Inc é agente de sustentabilidade.
A execução está a cargo do Instituto Espinhaço e STCP Engenharia de Projetos. A rede de sinergia engloba a Universidade Federal de Viçosa (UFV), responsável pelos estudos científicos do programa, Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Sistema Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg)/Senar/Ifag/Sindicato Rural. Em Goiás, as prefeituras municipais de Aragarças, Bom Jardim de Goiás, Baliza, Piranhas, Santa Rita do Araguaia e Mineiros são as apoiadoras locais.