Para adicionar atalho: no Google Chrome, toque no ícone de três pontos, no canto superior direito da tela, e clique em "Adicionar à tela inicial". Finalize clicando em adicionar.
Conselho alerta para impactos na saúde | 31.08.23 - 12:11
(Foto: reprodução)José Abrão
Goiânia – Em nota assinada pelo presidente Fernando Pacéli Neves de Siqueira, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) se posicionou “radicalmente contra" a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal no Brasil. O tema está em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) e o placar está com 5 votos favoráveis e um contrário à descriminalização. A votação foi suspensa após pedidos de vista.
No texto divulgado nesta quinta-feira (31/8), o Conselho considera o uso da maconha “uma ameaça grave à saúde pública” e argumenta que “estudos científicos demonstram que não há dose de consumo segura”. Ainda na nota, o Cremego defende que a droga causa “uma série de efeitos adversos à saúde, incluindo prejuízos cognitivos, riscos respiratórios e implicações psiquiátricas significativas”.
A nota pode ser conferida na íntegra abaixo.
Cremego manifesta-se radicalmente contra a liberação do porte e uso da maconha no Brasil
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), cumprindo o seu compromisso primordial de proteger a saúde e bem-estar da população, vem a público manifestar-se radicalmente contra a liberação do porte e uso da maconha no Brasil.
Em julgamento no Supremo Tribunal Federal, em debate no Congresso Nacional e já defendida em moção do Conselho Nacional de Saúde, a liberação do porte de maconha para consumo pessoal é uma ameaça grave à saúde pública.
Estudos científicos demonstram que não há dose de consumo segura e que o uso da maconha está associado a uma série de efeitos adversos à saúde, incluindo prejuízos cognitivos, riscos respiratórios e implicações psiquiátricas significativas.
A literatura médica estabelece uma associação sólida entre o uso de maconha, especialmente em idades jovens, e o aumento no risco de desenvolvimento de esquizofrenia - uma grave doença mental, que afeta o pensamento, a percepção e o comportamento - em indivíduos geneticamente predispostos.
O aumento do quadro depressivo entre os brasileiros, o crescimento alarmante dos índices de suicídio entre a nossa população e as deficiências na assistência à saúde mental no Brasil já são motivos mais do que suficientes para a rejeição de qualquer proposta de legalização da droga no País.
Essa proposta está na contramão do momento que vivemos e que exige a proteção da população, a melhoria dos serviços de saúde e a conscientização dos brasileiros sobre o autocuidado e, não, o aceite da introdução na sociedade de mais uma substância com risco comprovado.
Apelos de pequenos grupos envoltos em interesses escusos não podem justificar a adoção de uma medida que ameaça o futuro do País.
Portanto, diante das evidências acumuladas sobre os riscos da maconha para a saúde mental e física da população, conclamamos as autoridades competentes a considerarem cuidadosamente as implicações desta substância antes da tomada de decisões relacionadas à liberação de seu porte e uso.
Fernando Pacéli Neves de Siqueira – Presidente do Cremego