A Redação
Goiânia - Nesta quinta-feira, 1º de junho, é celebrado o Dia Mundial do Leite e, neste ano, Goiás, que é um dos maiores produtores do país, ganhou reforço na luta para a valorização do setor. A deputada Marussa Boldrin, eleita para 57ª Legislatura da Câmara Federal, foi escolhida como Vice-Presidente da Frente Parlamentar em Apoio ao Produtor de Leite (FPPL) e, também, Vice-Presidente da Subcomissão Permanente do Leite (Subleite), ambas responsáveis pelo acompanhamento do setor da produção leiteira no mercado nacional.
“Nossa luta é para a preservação da cadeia produtiva do setor leiteiro, que se vê ameaçada diante da realidade do mercado. Por isso, é tão importante termos representantes que conhecem o setor para criar e cobrar o regimento de políticas públicas claras para o produtor de leite. Minha luta é para mostrar a qualidade produtiva do nosso país, consequentemente de Goiás, que produz, e produz com qualidade. Cada vez que passamos essas barreiras, nós colocamos o Brasil em um lugar de destaque e qualidade internacionais”, explica a parlamentar Marussa Boldrin.
O leite representa uma das principais cadeias produtivas de Goiás e do País, gerando mais de 220 mil empregos diretos e indiretos no Estado e mais de 4 milhões no País. Somente em Goiás são mais 72 mil produtores do insumo, produzindo cerca de 3 bilhões de litros por ano, segundo os últimos dados do Censo Agropecuário do IBGE de 2017.
Apesar dos números e da utilização do leite na rotina das famílias, o setor enfrenta grandes desafios. Como é o caso da previsibilidade de preços ao produtor, que retrata a necessidade de saber dos preços do leite que irá “vender” e não “entregar” aos laticínios; a data em que irá receber sobre a produção comercializada, uma vez que, como na precificação, ele só irá receber pelo leite que entregou no mês no 25º dia subsequente; e os elevados níveis de importações de produtos lácteos que adentram ao país.
“São desafios que afetam desde a produção dentro da porteira, como fatores naturais que impactam diretamente na atividade produtiva, até os aspectos que estão fora da porteira, onde o produtor não tem governança e que travam o desenvolvimento da atividade, impactando, principalmente, na queda da rentabilidade do produtor de leite”. comenta Marussa.
A deputada afirma que mesmo com dificuldade, o setor em Goiás vem evoluindo no decorrer dos anos. “Temos avanços na qualidade do produto produzido, melhorias na gestão e profissionalização por parte dos produtores de leite, no processo industrial, tornando a atividade de pecuária de leite uma das mais avançadas em termos de inserção tecnológica no país”.
No entanto, Marussa Boldrin ainda aponta que muito ainda pode ser melhorado, como é o caso da política de importação de produtos lácteos de outros países. “Como a atividade de pecuária leiteira tem um caráter social, pois atinge milhares de pequenos produtores e famílias, a alta quantidade de leite importado que adentra o Brasil, impacta diretamente ocasionando queda da produção interna, visto que pressionam os preços recebidos pelos produtores, desestimulando a produção e impactando na perda de renda de milhares de famílias e trabalhadores do setor”.
Para esse problema, a parlamentar afirma que trabalhará para que projetos de lei sejam aprovados para auxiliar os produtores. “Muitas vezes o que precisamos não é de novas leis, mas de entender e priorizar projetos que estão parados. Como é o caso do PL 952/2019, que pretende determinar o regramento quanto ao limite imposto ao importador brasileiro de leite em pó sobre prazo de validade mínimo do produto”, conclui.
Sobre a Frente Parlamentar em Apoio ao Produtor de Leite (FPPL)
A Frente é composta por 198 parlamentares e tem apoio de importantes instituições, como a CNA, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite) e Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. A prioridade da frente é defender os produtores de leite das mais diversas regiões do país através de incentivos financeiros, campanhas nacionais para estimular o consumo de lácteos, redução de tributos e discussão de leis e projetos referentes à classe.
Sobre a Subcomissão do Leite
A Subcomissão Permanente destinada a acompanhar a produção de leite no mercado nacional foi criada em 2011 e visa a avaliação e proposição de medidas para pautas como a fixação de preço justo para os produtores, o combate aos cartéis da produção de insumos lácteos, o estabelecimento de mecanismos de proteção de mercado interno e a redefinição tributária sobre leite in natura.