A Redação
Goiânia - “O legado que queremos deixar para nossa Goiânia é uma cidade com soluções inovadoras e sustentáveis para as principais demandas da população”. É o que afirma o prefeito da capital, Rogério Cruz, ao destacar o projeto Cidade Inteligente, realizado desde o início da atual gestão. O objetivo da administração é realizar ações com planejamento para alcançar os melhores resultados que impactem diretamente no dia a dia de quem vive e trabalha na capital. Os recém-inaugurados terminais Recanto do Bosque, Isidória e Paulo Garcia já estão equipados com elementos de tecnologia, conectividade e monitoramento, conforme pontua o prefeito.
No aspecto de segurança e monitoramento, já são 97 câmeras em ruas, unidades de atendimento e parques. E o Projeto Sandbox, que são áreas exclusivas para testes de equipamentos e metodologias, passa por reformulação, para adaptar-se às melhores alternativas tendo em vista sua implantação. Goiânia é destaque nos rankings mais robustos em Cidades Inteligentes, e realiza o intercâmbio de ideias com o Parque Tecnológico Itaipu (PTI).
A Prefeitura de Goiânia já acerta outras parcerias com parques tecnológicos da Universidade federal de Goiás (UFG), de São José dos Campos, e com o Governo do Estado de Goiás.
A correta compreensão de cidade inteligente não se resume somente à visão de uma cidade digital. É necessária a percepção da sociedade em relação aos avanços mais abrangentes da qualidade de vida dos cidadãos.
O Connected Smart Cities, plataforma importante do setor no Brasil, exemplifica que existe grande abrangência e vários eixos quando se define cidades inteligentes.
Cidades inteligentes são, em princípio, focadas no cidadão. A tecnologia e outras ações que visam este mesmo objetivo são elementos para que este intento seja alcançado.
Praticamente todas as áreas da gestão municipal fazem parte deste processo, como infraestrutura, urbanismo, educação, empreendedorismo, mobilidade, saúde, meio ambiente, esporte e lazer, tecnologia e inovação. Todos os eixos visam a qualidade de vida do cidadão.
Exemplos já em operação, o aplicativo Saúde Fácil agiliza o agendamento de consultas e a entrega de medicamentos. Os sistemas de telegestão em fluxo interno operacional estão em estudos para implantação.
A Secretaria Municipal de Educação (SME) implanta sistemas tecnológicos para reconhecimento facial em escolas.
Na área de mobilidade, inúmeras iniciativas facilitam a vida dos moradores, como o Cartão Família, Meia-Tarifa, Bilhete Único, Passe Livre do Trabalhador. Estas ações são empreendidas pela Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC).
As secretarias municipais de Mobilidade (SMM) e Infraestrutura (Seinfra) realizam operações de alterações de tráfegos urbanos, como o caso da Região da 44 e do Jardim América, bem como os testes para implantação de via reversa.
Projeto Sandbox
O projeto Sandbox passa por reformulação para se adequar ao que há de mais inovador na área, adotando-se o modelo da capital de São Paulo, que aponta localidades múltiplas para operação.
Há outras soluções já entregues pela CMTC, e validados pela Secretaria Municipal de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sictec), para os terminais Isidória e Paulo Garcia, que são equipados com elementos de tecnologia para o transporte coletivo, com conectividade e monitoramento. Já existem 97 câmeras em atividades em ruas, unidades de saúde e parques.
As intervenções em drenagem, realizadas pela Seinfra, dentro do Programa Goiânia Adiante, também são norteadas pela cidade inteligente. São ações de tecnologia, principalmente com adoção de monitoramento de sistemas de drenagem por câmeras robotizadas.
Essa tecnologia pode determinar quais as melhores atividades a serem tomadas para recuperação de sistemas de drenagem que apresentam ineficiência.
O Escritório de Prioridades Estratégicas (EPE) é responsável pela orientação das demais pastas, e atua em parceria com a Sictec quando da adoção de tecnologias e inovações.
Atua, também, de forma direta, em função do macroplanejamento estrutural da Administração, com a Secretaria Municipal de Finanças (Sefin), dentro do planejamento estratégico. A meta é a implementação das ações, entre outras, para cidades inteligentes.
O secretário do EPE, Everton Schmaltz, aponta que várias ações de planejamento da prefeitura, a exemplo de obras do Programa Goiânia Adiante, já são baseadas em utilização de sistemas inteligentes para obtenção de dados técnicos e de modelagens. O resultado desse trabalho é o reconhecimento dos rankings mais robustos do país.
O recente contrato para o monitoramento de vias de Goiânia, realizado com a tecnologia Mapzer, soluções de análise e tratamento de dados, objetiva tornar a cidade mais inteligente e eficiente.
Trata-se do uso da inteligência artificial Mapzer e big data. Conforme descreve o titular da Seinfra, Denes Pereira, “é o primeiro instrumento tecnológico de amplo alcance com inteligência artificial implantado em nossa cidade. É utilizado em infraestrutura urbana em geral. Atende demandas de várias secretarias”.
De acordo com Denes Pereira, “fornece dados já trabalhados para as intervenções a serem realizadas pelas unidades governamentais. Há um total de 22 elementos levantados diariamente em ciclo mensal, podendo alcançar até 32. Abrangem buracos em vias, lixo, placas irregulares, sinalização de trânsito. Isso é pura tecnologia agregada, que coopera com a logística de cada unidade administrativa, e reduz consideravelmente o custo operacional”.
Intercâmbios
O secretário do Escritório de Prioridades Estratégicas (EPE), Everton Schmaltz, destaca que “a obra viária recém-lançada pelo programa Goiânia Adiante, o Complexo Viário da Avenida Castelo Branco com Leste-Oeste, tem esse perfil de tecnologia. O objetivo é avançar no uso de análise de tráfego com modelagens para planejamento e formulação de ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida do cidadão”.
A tendência é de que Goiânia avance em diversos rankings, projeta Everton Schmaltz. Ele cita que o município realiza intercâmbio de ideias com os parques tecnológicos de Itaipu (PTI) e de São José dos Campos. Isso se verifica principalmente nos itens de certificação de ações por parte da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), realizados com a Sictec, e com a Universidade Federal de Goiás (UFG), mediante assinatura de protocolos de intenções.
“Buscamos as melhores experiências para o desenvolvimento de ferramentas eficazes, logística adequada e pautada nas principais necessidades de nossa população. Utilizamos da experiência de cada uma das secretarias e organismos da administração para implementar as ações”, resume Schmaltz.
Neste mesmo cenário, o vereador Paulo da Farmácia chega à Secretaria Municipal de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sictec) com prioridade aos projetos de cidade inteligente que tenham real impacto para a população. Ele destaca a relevância dos aspectos ligados à segurança pública e conectividade.
“A Sictec enxerga este projeto como a validação de todo o potencial que Goiânia já oferece para se tornar hub logístico. Possui capacidade para aportar contínuos investimentos tendo em vista benefícios à sua população acolhedora, inclusive integrando aos espaços públicos urbanos, principalmente nos parques”, assinala Paulo da Farmácia.
Reconhecimento
Goiânia se prepara para alcançar a certificação ABNT para Cidades Sustentáveis, Inteligentes e Resilientes. A diretora de Cidades Inteligentes da Sictec, Ana e Pindamonhangaba possuem essa certificação. São Paulo iniciou o processo de contratação de capacitação sobre o monitoramento dos indicadores, com a mesma equipe que auxiliou os municípios que possuem a certificação. “E Goiânia segue esse caminho, colocando-se, mais uma vez, na vanguarda em cidades inteligentes”, diz.
Goiânia ocupa a 25ª colocação nacional no Ranking Connected Smart Cities, e obteve o selo prata da plataforma. Já na Plataforma Bright Cities, a capital ocupa o 1º lugar do Centro-Oeste no Ranking Cidades Sustentáveis.
No ranking de Competitividade dos Municípios, Goiânia alcançou o 10º lugar entre as capitais.
Goiânia é hoje a cidade mais “verde” do Brasil, e no ranking mundial, está em segundo lugar, o que lhe dá um alto nível de cidade sustentável.
Em relação aos objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), dentre todos os municípios brasileiros, Goiânia está na 229 ª posição, à frente de cidades como Brasília.