A Redação
Goiânia - Chegou ao fim a 1ª Expedição Rio Meia Ponte, em Goiânia, nesta segunda-feira (27/3), após seis dias de jornada. Desde o dia 22 de março, um grupo de pesquisadores liderados pela vereadora Kátia Maria (PT) navegou pelo rio em toda a sua extensão no município de Goiânia, observando e coletando amostras da água, solo, vegetação e animais. O objetivo é fazer o maior diagnóstico já feito sobre as condições do Meia Ponte.
“Agora nosso trabalho será construir esse relatório, que chamamos de Carta das Águas do Meia Ponte, que dirá a verdadeira situação do rio e poderá nortear nós, legisladores, e os poderes executivo municipal e estadual para as ações que devem ser feitas na recuperação e conservação do Meia Ponte”, explicou Kátia Maria, coordenadora da expedição.
A Expedição Rio Meia Ponte contou com a participação de mais de 50 pessoas, entre pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) e do Instituto Federal de Goiás (IFG), técnicos da Saneago e do Centro de Zoonoses e equipes do Batalhão Ambiental e Corpo de Bombeiros. Além da equipe que desceu o rio embarcada, uma outra percorreu os bairros que margeiam o Meia Ponte, visitando escolas, feiras e moradores para levar ações de educação ambiental e despertar na população a consciência sobre a importância de preservar o manancial.
Durante os dias de expedição, os pesquisadores puderam observar uma série de irregularidades, como descarte de lixo e esgoto, erosões, assoreamento, extração irregular de areia, captação de água sem outorga e até mesmo mortandade de peixe devido à poluição e às péssimas condições da água. “A situação é muito crítica e a olho nu já constatamos muitos problemas, mas os estudos em laboratórios trarão ainda mais dados para nossa pesquisa”, explicou Kátia.
A expedição não teve caráter fiscalizatório e sim científico e educativo, mas todas as irregularidades constatadas serão encaminhadas aos órgãos competentes para que as medidas punitivas sejam tomadas. “Queremos que as pessoas amem o rio, que abracem o Meia Ponte, mas infelizmente precisamos também educar na dor e as punições são necessárias e iremos cobrar que sejam aplicadas”, destacou a vereadora.
A Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte é a principal fornecedora de água para a Região Metropolitana de Goiânia, e o rio, em específico, é responsável por pelo menos 50% da água que chega para a população goianiense. “O Rio Meia Ponte é lindo e ainda conta com muitas áreas preservadas, principalmente no começo da extensão dele por Goiânia e nosso relatório vai apontar isso também, mas precisamos dar destaque no que está errado porque é onde precisamos dar uma atenção mais”, ressaltou Kátia.
Presente no encerramento da expedição, a reitora da UFG Angelita Pereira de Lima também comemorou a conclusão dessa primeira fase dos estudos. “Esse projeto vai mudar a realidade do Meia Ponte e pode servir de modelo para a recuperação e preservação de outros rios e até para outros municípios e Estados”, afirmou. “Esse estudo aponta a degradação, os problemas, mas também apontará as soluções que devem ser tomadas”.
Coordenadora do projeto, a vereadora Kátia explicou que o relatório final será apresentado em junho, na Semana do Meio Ambiente, e encaminhado a todos os órgãos competentes. “Mas também seguiremos com nossas ações de conscientização da população, de preservação e de denúncias de irregularidades. O Rio Meia Ponte é fundamental para a sobrevivência da população de Goiânia e da Região Metropolitana”, concluiu.