A Redação
Goiânia - Depois de mais de cinquenta dias internadas no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), em Goiânia, as gêmeas Heloá e Valentina Prado estão em casa. As siamesas, que passaram por uma complexa cirurgia de separação, agora seguirão o tratamento em Morrinhos, município onde vivem com os pais, Waldirene e Fernando, e a irmã mais velha, Kayla. Nos próximos meses elas só voltam ao consultório semanalmente, para trocar os curativos.
Entre as comemorações da alta, porém, o médico Zacharias Calil, cirurgião-pediátrico responsável pela separação das crianças, destacou o estado clínico de Valentina. Durante o pós-operatório, foi ela quem mais exigiu atenção da equipe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica. Segundo o cirurgião, o quadro neurológico da pequena indicava uma emergência médica preocupante.
“O pediatra da UTI me informou que a Valentina tinha um mal epilético com chances mínimas de recuperação. Foi logo que ela começou a drenar muito volume pela sonda, indicando um problema no intestino. A nossa preocupação naquele momento era levar novamente a Valentina para o centro cirúrgico. Mas ela foi muito forte e hoje está aqui”, diz.
Para Zacharias Calil, a Valentina é um milagre resultante da aliança entre a medicina e a fé, uma vez que chegou a pensar que a menina não sobreviveria. Ao narrar como se deu a recuperação da menina, Zacharias se emociona e diz que foi profundamente tocado pela experiência.
“Na noite anterior ao despertar do coma, Valentina abriu os olhos, olhou para cima e para o canto do quarto e acenou com a mão. Seu estado ainda era crítico. No dia seguinte, bem cedo, ela estava acordada perguntando à mãe onde estava. Sua recuperação foi da noite para o dia”, relembra o médico.