Caroline Louise
Goiânia - O mercado imobiliário está confiante para 2023. A expectativa é de crescimento não só em Goiás como em todo Brasil. De acordo com estudo desenvolvido pela Brain Estratégica e Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), 62% dos empresários do setor da construção civil e imobiliários acreditam que, ao longo de 2023, o mercado ficará ainda mais aquecido. Com inúmeros lançamentos e alta procura, o ano pode ser um dos melhores da década. “A explicação para esse fenômeno está no desejo dos brasileiros em adquirir um novo imóvel. Esse desejo ficou muito claro em uma recente pesquisa, onde 87% dos entrevistados declararam essa vontade”, afirmou Felipe Melazzo, superintendente executivo da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO).
Felipe Melazzo, superintendente executivo da Ademi-GO (Foto: divulgação)
Nos últimos anos, o mercado teve uma ascensão, por isso o sentimento da maioria dos empresários do ramo é de que o cenário permaneça promissor. O presidente executivo da Rizzo Imobiliária em Goiânia, Dalton Carvalho, acredita que a estabilização do cenário econômico e o aumento do emprego e da renda dos brasileiros podem contribuir para o crescimento. “Houve uma melhora significativa nas vendas. Nós mesmos temos lançamentos que, somados, beiram R$ 1 bilhão. Temos observado o retorno do segmento econômico às compras”, argumentou.
De acordo com o setor, a busca maior é por imóveis residenciais e os jovens têm se mostrado bem interessados. "Há um público mais jovem, a geração milennials, geração Y e a própria geração Z, ainda mais nova. Eles estão entrando como consumidores neste mercado, são pessoas com outro olhar para o mundo, preocupados com valores, preservação e inclusão. Os produtos imobiliários que foram concebidos com estes propósitos serão bastante procurados pelos clientes", disse Argemiro Mendonça, sócio-diretor da Biapó Urbanismo.
Argemiro Mendonça, sócio-diretor da Biapó Urbanismo (Foto: divulgação)
Mesmo em meio a um futuro econômico incerto no país, investir em imóveis têm se tornado a escolha mais segura. “Imóvel continua sendo uma opção segura de investimento, pois é um patrimônio que sempre valoriza, e com isso se consegue proteger da volatilidade do mercado que ainda enfrenta os efeitos da economia global trazidos pela crise acarretada pela covid-19, principalmente com a inflação manifestando com expressividade até nas maiores economias que geralmente não são afetadas por este processo”, explicou Argemiro.
Pós-pandemia
Um dos protagonistas no processo de recuperação econômica do país no pós-pandemia, o mercado imobiliário tem despertado interesse, principalmente porque a pandemia forçou as pessoas a ficarem em casa e, com isso, elas descobriram novas necessidades, é o que comentou Argemiro. “A pandemia trouxe para as pessoas um outro olhar sobre o seu espaço de moradia; o aumento substancial das pessoas em suas casas, desabrochou o olhar de forma mais intensa sobre nosso espaço de convivência familiar, nossas necessidades para vivermos bem, e estarmos mais protegidos do que outrora não imaginávamos viver em pleno século XXI”.
Investimentos
O desenvolvimento imobiliário é fundamental para o Brasil, sendo assim é um setor rico em investimentos, o que acaba contribuindo para o cenário positivo. O retorno do programa do Governo Federal “Minha Casa, Minha Vida”, também promete aumentar a demanda no mercado. “A retomada desse programa vai impactar de forma positiva a economia. Contudo, os municípios devem cooperar com esse novo momento, e aprimorar as leis que regram os padrões urbanísticos para esse tipo de habitação”, comentou Felipe Melazzo.
O superintendente executivo da Ademi-GO, explicou ainda que, em Goiânia, existe a Lei de Habitação de Interesse Social (HIS) que, sendo aprovada, democratizará a habitação de interesse social e permitirá que o déficit habitacional seja zerado em curto espaço de tempo.
Dalton Carvalho, presidente executivo da Rizzo Imobiliária (Foto: divulgação)
“Acreditamos que os rumos da política habitacional, em especial no segmento econômico, o qual passou por dificuldades em função do aumento do desemprego, queda na renda, e consequentemente, no aumento do endividamento das famílias, vai trazer bons ganhos para o setor imobiliário em 2023 e também nos próximos anos”, finalizou Dalton Carvalho.