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O outro candidato desistiu da vaga | 01.02.23 - 17:18
(Foto: UFG)José Abrão
Goiânia – A jornalista e candidata cotista Gabriela Marques foi nomeada nesta terça-feira (31/1) como professora da Universidade Federal de Goiás (UFG) após ter tido a sua nomeação, em abril de 2022, suspensa pelo juiz Urbano Lela Berquó Neto, da 8ª Vara Federal Cível da Subseção Judiciária de Goiânia. Na ocasião, o juiz acatou pedido de outro candidato, Rodrigo Gabrioti de Lima, branco, que havia ficado em 1º lugar no concurso. Gabriela ficou em 3º lugar.
Ao longo do ano passado, Gabriela recorreu à Justiça para reverter a decisão, mas também contou com o apoio da comunidade universitária e do movimento estudantil, que organizaram protestos e manifestações em prol da cotista, que é doutora em Comunicação Audiovisual pela Universidade Autônoma de Barcelona. Após a pressão, o candidato Rodrigo Gabrioti desistiu da vaga.
“Meu caso acabou dando visibilidade à lei de cotas. Gerou um debate que ajuda as pessoas a saber que a lei existe, como ela funciona e a necessidade de seguir fortalecendo sua aplicação”, avalia Gabriela. “Ainda no ano passado outras pessoas que estavam passando pela mesma situação acabaram entrando em contato comigo por causa da repercussão que teve, o que foi uma oportunidade pra que os casos delas também saíssem na imprensa”, relata.
A professora salienta que uma solução favorável, nesse caso, acaba ajudando em futuros processos: “Espero que realmente tudo isso contribua de alguma forma tanto no debate, quanto no campo jurídico”.
“A mobilização só comprovou a importância da luta coletiva pra mostrar que não era necessariamente sobre mim, mas sobre uma conquista do movimento negro que estava sendo atacada”, conclui.
Processo
Mesmo com a desistência do outro candidato, o processo continua em trâmite. Gabriela já havia entrado com dois recursos em relação às decisões do juiz: o primeiro referente à suspensão da sua nomeação e o segundo referente à decisão provisória de nomear o outro candidato.
No final de 2022 ela obteve um parecer favorável do Ministério Público, “que veio pra fortalecer nossa defesa e a garantia da aplicação da lei de cotas no meu caso, o que pode também ter influenciado a decisão do outro candidato”, diz. Agora ela continua esperando o andamento do processo, “mas segura que a lei está do nosso lado”.