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Nem sempre lembrados...

7 nomes que ajudaram a construir a história de Goiânia

Capital completa 89 anos neste 24 de outubro | 24.10.22 - 12:00 7 nomes que ajudaram a construir a história de Goiânia Fotos: Divulgação

Carolina Pessoni
 
Goiânia – Edificada às margens do córrego Botafogo, no então município de Campinas, Goiânia, que completa 89 anos nesta segunda-feira (24/10), foi instituída por um decreto do então governador Pedro Ludovico, em 1933. 
 
O local, definido pelo engenheiro, arquiteto, urbanista e paisagista Attilio Corrêa Lima, responsável pelo projeto urbanístico da nova capital, era compreendido pelas fazendas Crimeia, Vaca Brava e Botafogo. A pedra fundamental foi lançada, então, no dia 24 de outubro, marcando o aniversário oficial da cidade.
 
Mas nem só de Pedro Ludovico e Attílio Corrêa Lima é feita a história de Goiânia. Outras figuras, anônimas para grande parte da população goianiense, também ajudaram a construir a trajetória da capital e têm importância fundamental em sua formação.
 
De acordo com o historiador Wolney Unes (foto), a construção de uma cidade vai além de personalidades, heróis e famosos. "Uma cidade se faz com pessoas normais, do cotidiano, mas que exerceram seu ofício com excelência, que foram precursoras de uma atividade, de uma forma de viver. Todos nós, que viemos depois dessas pessoas, devemos a elas o caminho aberto", destaca.
 
Com a ajuda do historiador, o A Redação listou sete personalidades nem tão famosas, mas que ajudaram a construir a história da nossa capital. Confira:
 




Altamiro de Moura Pacheco: médico e pecuarista, doou grande parte das terras para instituições públicas de Goiânia, como a área destinada para a construção do aeroporto, que se chama Santa Genoveva em homenagem à sua mãe. Foi um dos principais articuladores da fundação da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA) e da UFG, tendo sido o responsável por entregar o documento com o pedido de fundação da universidade nas mãos do próprio presidente Juscelino Kubitscheck. Foi também o responsável pela compra das terras do futuro Distrito Federal. Era o proprietário da área verde de cerca de 3.200 hectares, às margens da BR-060, que se tornou o Parque Ecológico que leva seu nome.
 






Basileu Toledo França: jornalista, escritor, historiador e professor, teve uma das primeiras escolas da cidade, Instituto França. Mais tarde, doou o terreno ao Estado, para instalação de uma escola de artes, no Setor Universitário, o atual Instituto Tecnológico do Estado de Goiás em Artes Basileu França (Itego). Natural de Jataí, escreveu vários livros sobre a história da cidade e de outros fatos de Goiás. Também foi membro da Academia Goiana de Letras (AGL) e do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG), do qual foi presidente, e foi coautor em 1961 do Estatuto da UFG. Viveu em Goiânia até os 84 anos estudando, conhecendo, descobrindo e produzindo livros.
 







Coronel Hipopota: nome artístico de Maximiliano Carneiro, foi um dos primeiros animadores de televisão na cidade. O apelido original, Hipopótamo, surgiu pelo fato de sempre ter sido um homem grande, gordo, que acabou se tornando Hipopota quando começou na televisão. Seu programa, "República Livre do Cerradão", era líder audiência nas tardes de sábado e apresentava cantores, calouros, variedades e atrações folclóricas. Espécie de Chacrinha goiano, dividia o palco com dançarinas uniformizadas, as "hipopotecas". Morreu em 1982, aos 66 anos, após ser atropelado por uma bicicleta quando saía de uma feira no Setor Sul.
 




Gustav Ritter: arquiteto e artista plástico alemão, radicou-se na cidade a partir dos anos 1950. Participou da fundação da Escola Goiana de Belas Artes, embrião da futura Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), e do grupo de reformadores que criaram o germe da atual Faculdade de Artes Visuais da UFG. Deu aulas para vários artistas e foi um dos responsáveis pela modernização das artes plásticas na região a partir da estruturação do ensino das linguagens, métodos e técnicas tridimensionais. Foi homenageado ao dar nome a uma das principais escolas de artes do Estado, o Instituto de Educação em Artes Gustav Ritter, órgão da Secretaria de Estado da Educação.
 







Jean Douliez: músico e regente belga, se mudou para Goiânia em 1954 e fundou o Conservatório Goiano de Música, futuro embrião da Universidade Federal de Goiás (UFG). Em 1961, vivendo na capital goiana, naturalizou-se cidadão brasileiro, passando a se chamar João Francisco Douliez do Araguaia. Boêmio, estava toda noite nos bares da cidade, discutindo política e arte.
 








Jorge Félix de Souza: engenheiro-arquiteto, foi professor da então Escola Técnica e responsável por vários projetos da nova capital, como a estrutura do Teatro Goiânia, da Catedral Metropolitana, da Igreja Imaculado Coração de Maria, entre outros. Atuou também na construção do Coreto da Praça Cívica e do relógio da Avenida Goiás e esteve à frente de todas as obras da Arquidiocese de Goiânia, incluindo-se as da Catedral Metropolitana, Colégio Ateneu D. Bosco (projeto e construção), convento dos Padres Redentoristas e Colégio Santo Agostinho. Deixou ainda um livro de poemas e várias telas com pintura a óleo. Foi homenageado ao nomear a Biblioteca do Câmpus Goiânia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG).
 



Mauricinho Hippie: um dos primeiros hippies da cidade, fazia artesanato, tocava sanfona primorosamente e andava pela cidade de bicicleta, com roupas diferentes ou femininas e longos cabelos cacheados, entre os anos de 1960 e 1990. Maurício Vicente de Oliveira, seu nome de registro, declamava poesias, fazia performances corporais e atuava em defesa dos direitos dos homossexuais em uma época conservadora. Suas ações ajudaram a fundar a Feira Hippie, na Avenida Goiás, que reunia músicos, artesãos e artistas plásticos.
 

Comentários

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  • 24.10.2022 17:12 Bernadete França Jufer

    Artigo muito interessante ,de agradável leitura,que traduz agradecimentos a 7 pessoas que fizeram de Goiânia esta enorme capital que é hoje.Pessoas em diferentes áreas,cada uma dando um pouco de si.Educação,humor,artes,arte de viver.Muito boa leitura.

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