A Redação
Goiânia - A receita das cooperativas goianas em 2021 foi superior a R$ 21 bilhões, representando um faturamento 301,7% maior que o registrado dez anos antes (em 2011), quando somou R$ 5,2 bilhões. Com isso, a contribuição do cooperativismo para a formação do Produto Interno Bruto (PIB) de Goiás, que é a soma de todas as riquezas produzidas no Estado e está estimado na casa dos R$ 220 bilhões para 2021, saltou de 4,3% (em 2011) para 9,5% no ano passado.
Estes dados, que mostram o crescimento e a força econômica do cooperativismo em Goiás, foram levantados pelo Sistema OCB/GO e divulgados nesta sexta-feira (29/7) pelo Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2022, da OCB Nacional. Somente no ano passado as receitas das cooperativas goianas tiveram forte incremento de 47,6% quando comparadas com as de 2020.
O número de cooperados no Estado saltou de 157,2 mil para 382,7 mil entre 2011 e 2021, aumento de 143,4%, o que impacta diretamente cerca de 1,6 milhão de pessoas em Goiás. Em relação a 2020, o crescimento no ano passado foi de 27,1%. Portanto, é um claro indicativo de que a adesão ao modelo cooperativista tem crescido fortemente nos últimos anos em Goiás.
O número de cooperativas registradas na OCB/GO também aponta o importante avanço que o setor tem conquistado no Estado: saltou de 219 (2011) para 249 (2021), crescimento de 13,6%. Em comparação com 2020, o aumento no ano passado foi de 5,9%. Para se ter uma ideia do crescimento do setor, o número de cooperativas atingiu 262 unidades ativas no Estado em junho deste ano.
Este crescimento do cooperativismo goiano tem forte impacto na geração de empregos e renda no Estado. Em 2011, as cooperativas goianas geravam 5,3 mil empregos diretos. No ano passado eram 14,1 mil postos de trabalho, aumento de 165%. Comparado com 2020, o aumento na geração de empregos no setor foi de 10%, quando a maioria dos setores da economia goiana enfrentava grande dificuldade de gerar novos postos de trabalho por conta da crise econômica no País.
Os ramos agropecuário, transporte, saúde e crédito destacam-se como os responsáveis pelo maior número de vagas de emprego geradas, somando 13,5 mil postos de trabalho.
Novas cooperativas
O presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira, destaca que o Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2022 constata o forte avanço das cooperativas goianas nos últimos anos. “O nosso crescimento em relação ao PIB de Goiás é considerável e mostra que as cooperativas goianas ganharam maior envergadura, sobretudo no faturamento, no número de cooperados e geração de empregos. O destaque é para os ramos do agronegócio, devido à sua importância para a economia do Estado, e para o cooperativismo de crédito, que também acompanha esse setor da economia, além de experimentar um importante ganho de competitividade em relação às grandes instituições do sistema financeiro, por oferecer taxas e créditos mais atrativos”, afirma.
Luís Alberto Pereira também atribui o crescimento à profissionalização crescente das cooperativas goianas. “Gestores, cooperados e colaboradores entendem que o cooperativismo, mesmo sendo um modelo de negócio mais inclusivo e democrático, pois reparte os lucros com os cooperados, que são os donos das cooperativas, estão no mercado para competir e conquistar espaços”, frisa. “Acreditamos que neste ano o cooperativismo goiano vai contribuir com mais de 10% do PIB de Goiás, gerando oportunidades, empregos e melhorando a distribuição de renda da população goiana”, diz.
A Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Vale do Paranaíba (Agrovale) é uma das muitas cooperativas goianas que experimenta forte crescimento nos últimos anos. O seu faturamento anual aumentou de R$ 79 milhões para R$ 150 milhões em dez anos, um salto de quase 90%. O presidente da Agrovale, Antônio Carlos Borges, avalia que o crescimento do cooperativismo em Goiás e no Brasil se deve a percepção das pessoas de que esse modelo de negócio cria oportunidades para solucionar diferentes tipos de problemas. “Além disso, o cooperativismo goiano tem investido muito em profissionalização, o que gera maior crescimento e sustentado”, frisa.