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Arquitetura

Pesquisadora da UFG cria revestimento de fachadas com vidro automotivo

Material oferece opção sustentável | 05.05.22 - 19:39 Pesquisadora da UFG cria revestimento de fachadas com vidro automotivo (Foto: divulgação)
A Redação

Goiânia – Dar um novo destino aos resíduos de vidros temperados automotivos que são despejados em aterros e outros locais inapropriados. Com essa ideia, a pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Projeto e Cidade (PPG Procidade) da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás (FAV/UFG), Patricia Marques, criou um revestimento para fachadas de imóveis. O produto se assemelha à granitina, granilite ou marmorite e pode ser desenvolvido para outras aplicações como interiores, balcões, paisagismo, pisos de ambientes, entre outros usos e possibilidades criativas.
 
A ideia foi desenvolver um revestimento para aplicação em fachadas, usando o vidro para substituir o agregado graúdo brita. O vidro, que se assemelha aos cristais, permite a passagem de luz e possui importantes propriedades e potencialidades. Além disso, é uma oportunidade de reaproveitamento de um material que seria descartado no meio ambiente, sem utilização, causando efeitos negativos e que poderia ser utilizado em uma proposta de fachada.
 
A pesquisa visa buscar uma solução para a destinação de resíduos de vidro temperado em Goiânia, onde existem diferentes empresas e oficinas que realizam a substituição de vidros automotivos. Segundo a pesquisadora, muitas destas lidam com resíduos de vidros temperados, contudo, desconhecem e não possuem estrutura e equipamentos para destinar corretamente ou reciclar estes materiais residuais, mas poderiam ser agentes contribuidores na formação de alternativas com apoio científico de universidades. De acordo com o estudo, o vidro em diferentes condições de decomposição no meio ambiente, pode levar muitos anos para se decompor. 
 
A pesquisadora explica que nas fachadas da cidade de Goiânia, boa parte da população utiliza o que é mais econômico e disponível, ou seja, o concreto, o tijolo convencional, o bloco de concreto, rebocos, revestimentos comuns e a pintura texturizada sobre o reboco paulista. “Estes materiais poderiam ser substituídos pelo produto por nós desenvolvido”, afirma. Em cidades próximas ao litoral as pastilhas são bastante utilizadas nas fachadas, mas em Goiânia nota-se que há uma tendência da arquitetura em buscar fachadas com assentamento de pedras, assim, nossa proposta é um material com sensibilização ecológica, com uma proporção de vidro que reduza a quantidade do agregado graúdo brita, refletindo em menor passivo ambiental e que busca, através do polimento, um apelo estético. Uma das vantagens do produto é ser resistente e não absorver muita água.
 
No trabalho está descrito toda a metodologia para a fabricação dessa tecnologia proposta. “Queremos continuar desenvolvendo ações relacionadas e fazer parcerias com empresas, grupos ou instituições para a produção”, avalia Patricia. Materiais e processos alternativos de construção contendo resíduos e aspectos sustentáveis são essenciais para evitar a extração de matérias-primas e impactos ambientais.
 

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