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ENTREVISTA EXCLUSIVA

Angelita de Lima: “Gestão na UFG não será de ruptura, mas de continuidade"

Reitora citou prioridades | 06.02.22 - 08:20 Angelita de Lima: “Gestão na UFG não será de ruptura, mas de continuidade" (Foto: divulgação)
Gabriel Neves

Goiânia -
 “Nossa gestão não será de ruptura, mas de continuidade”. É o que afirma Angelita Pereira de Lima, nova reitora da Universidade Federal de Goiás (UFG), sobre o trabalho realizado na instituição. Angelita, que já foi diretora-geral da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) da universidade, afirmou em entrevista exclusiva ao jornal A Redação que os desafios de assumir a reitoria são grandes. “Mas são possíveis, principalmente por se tratar de um trabalho em equipe. Não sou reitora sozinha”, afirma. 

Angelita tomou posse no último dia 13 de janeiro, após ser nomeada pelo presidente Jair Bolsonaro. A nomeação foi feita a partir de uma lista tríplice enviada ao Ministério da Educação (MEC). Ao AR, Angelita destacou que assume a reitoria da UFG “em um momento difícil” e que tem priorizado pessoas engajadas com a comunidade acadêmica para formar sua equipe. “Os desafios se apresentam com prazo. Para mim, a questão é saber gerir o tempo das demandas”, explica. 
 
A reitora cita projetos de pós-graduação, integração de novos estudantes, crescimento e expansão da UFG como alguns dos principais saldos positivos da “era Edward Madureira”, seu antecessor no cargo. A ideia da nova reitora é dar continuidade ao trabalho, mas Angelita garante que chega com novidades. “Nossa equipe tem se perguntado: ‘qual é o lugar da graduação hoje?’. Nós queremos continuar expandindo o projeto de integração e adesão ao ensino público”, afirma. “Estamos criando uma secretaria de inclusão, que será específica dentro da universidade para articular melhorias para a comunidade acadêmica, com foco nas mulheres. É uma das nossas primeiras ações”, revela. 
 
Política 
Ano eleitoral, 2022 está em pauta não só na seara política e esferas do poder público, mas dentro da universidade também. O debate desse assunto deverá ocorrer a partir de uma perspectiva em defesa da democracia e do acesso ao ensino público. “Neste ano eleitoral, estamos abertos ao diálogo e vamos continuar defendendo o ensino público, gratuito e de qualidade. A nossa pauta continua sendo em defesa da autonomia, e isso nada tem a ver com partidarismo, mas tem relação com a fidelidade ao posicionamento que a instituição UFG sempre teve.”
 
O tema orçamentário segue em evidência e tem atenção especial da nova reitora, principalmente em razão das crises recentes envolvendo repasse do governo federal às universidades. Angelita observa que só é possível manter o ensino público de qualidade com essa questão sanada. “Queremos manter um relacionamento estável com o poder público com o objetivo de de dar garantia e enfrentar os problemas que venham a surgir no âmbito do nosso orçamento”, explica.  
 
Retomada do ensino presencial 
Sobre o retorno do ensino 100% presencial na UFG, Angelita enfatiza que o avanço da variante Ômicron tem influência na decisão.  “A resolução de ampliação ao retorno presencial foi feita com base em recomendação do nosso GT (Grupo de Trabalho) de Saúde, que avaliou o pico da Ômicron exatamente no mês de fevereiro, em que estava prevista a retomada. Nossa perspectiva é que no dia 7 de março, conforme a resolução, retornemos. Mas serão feitas novas avaliações”, pondera. 
 
“É importante reafirmar que as atividades presenciais da UFG nunca pararam, desde o início da pandemia. Uma parcela da equipe da universidade tem trabalhado presencialmente. Em dezembro, com o cenário de maior estabilidade da pandemia, estávamos otimistas com a retomada, o que não foi possível, mas desde então algumas práticas laboratoriais dos estudantes já foram retomadas ao modelo presencial”, acrescenta. 
 
Angelita observa que é necessário analisar o contexto dos estudantes, já que muitos se deslocam de transporte coletivo para a universidade. A reitora avalia que o retorno presencial nesse momento “seria um tanto delicado”. “Porém, a nossa expectativa é para que o próximo semestre, que, conforme o calendário acadêmico prevê, começa no dia 25 de maio, as atividades já sejam 100% presenciais. Cremos que até lá as coisas se consolidarão, mas tudo está sujeito à análise de como a crise sanitária irá se comportar”, finaliza. 
 

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