Augusto Diniz
Goiânia - A Polícia Civil prendeu preventivamente na segunda-feira (8/11) uma mulher suspeita de extorquir "espiritualmente" a mesma vítima ao longo de cinco anos em Alvorada do Norte, na Região Nordeste do Estado. O delegado Caio Menezes, da Delegacia de Alvorada do Norte, afirmou que a detida usava supostos "poderes sobrenaturais" e "trabalhos espirituais" para cobrar valores elevados pelas sessões, com ameaças de que "diversos males" ocorreriam com a vítima e seus familiares caso as atividades espirituais fossem interrompidas.
"A vítima, fragilizada, acabou cedendo a essas ameaças e depositou valores altíssimos durante esse período. Ela nos conta que o prejuízo chega em torno de R$ 400 mil. Nós temos comprovantes de depósitos e transferências bancárias." De acordo com o delegado responsável pela investigação, a suspeita do crime chegou a usar um nome diferente ao que ela foi identificada por documentos incluídos no inquérito.
Até a casa na qual a vítima morava foi transferida para a suspeita do crime de extorsão. "Num momento de desespero, a vítima chegou a transferir a sua própria casa em que morava com seus filhos", detalhou Menezes. Com todas as provas incluídas na investigação, o delegado pediu a prisão preventiva da suspeita, solicitação que foi chancelada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) e autorizada pela Justiça.
Buscas
"Iniciamos, então, as buscas. Tínhamos certa dificuldade porque ela (a suspeita) tem passagem por estelionato e transita muito pelas cidades aqui da região. Mas, no fim, conseguimos identificar o local onde ela estaria e realizamos a devida prisão. Hoje ela encontra-se no Presídio Feminino de Formosa (no Entorno do Distrito Federal) e está à disposição do Poder Judiciário", afirmou o delegado.
De acordo com a Polícia Civil, a prisão da suspeita de extorsão foi realizada em Simolândia, que fica a dois quilômetros de Alvorada do Norte, enquanto a suposta autora dos crimes saía de um supermercado. "Apura-se a existência de outras vítimas pela utilização do mesmo 'modus operandi'", explicou a corporação.