Augusto Diniz
Goiânia - "A disponibilidade de leitos covid sempre foi dinâmica. À medida que começou a diminuir drasticamente a ocupação, passamos a modificar o perfil dos leitos exclusivos covid para leitos gerais, tendo em vista que se faz necessário equilibrar a oferta e demanda para outras patologias e, sobretudo, acelerar as cirurgias eletivas, que também precisam de leitos de retaguarda." A explicação do secretário de Estado da Saúde, Ismael Alexandrino, para a decisão de reduzir o número de leitos exclusivos para pacientes com a doença na rede estadual de hospitais se encaixa no momento vivido da pandemia no Estado.
Em entrevista ao jornal A Redação na manhã desta terça-feira (19/10), Alexandrino afrima que "o momento permite, é oportuno e absolutamente necessário" mudar o perfil de atendimento de parte da rede, que antes era exclusiva para pacientes com covid-19, para conseguir suprir a demanda reprimida de cirurgias eletivas, por exemplo. Os hoje 410 leitos para pessoas com covid-19 nos hospitais estaduais chegaram ao total de 597 vagas no período de 5 de julho a 11 de agosto de 2021, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO).
Enquanto a ocupação dos leitos exclusivos à covid-19 nas unidades de terapia intensiva (UTIs) chegou a 99% nos dias 16 e 17 de março deste ano, hoje a quantidade de pacientes com a doença ou sintomas suspeitos nas UTIs dos hospitais da rede estadual representa é de 43%. Entre os dias 16 e 17 de março de 2021, o total de leitos subiu de 497 para 503 vagas, segundo dados da plataforma da SES-GO.
Era o pior momento da chamada segunda onda da pandemia da covid-19 em Goiás. Desde o dia 9 de outubro, a quantidade de leitos abertos para tratamento da doença caiu para 410, o que representa uma redução de 18,49% na oferta de vagas do momento em que a ocupação chegou a 99% e hoje, com 43% de leitos em uso.
Momento ideal
De acordo com o titular da SES-GO, o momento é ideal para que parte dos leitos antes destinados exclusivamente aos pacientes da covid-19 seja destinada a outras especialidades médicas. "[Demanda por cirurgias eletivas está reprimda] desde o início da pandemia quando, no Brasil todo, elas foram suspensas, inclusive por portarias federal e estaduais", pontua Alexandrino.