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Técnica dobrou o tempo de conservação | 10.05.21 - 22:02
(Foto: Ivan Samov/Pexels)A Redação
Goiânia – Um dos grandes desafios na produção de frutas é a deterioração rápida do produto entre a colheita e a chegada ao consumidor. Pensando nisso, o pesquisador Igor Vespucci do Programa de Pós-graduação em Agronegócio da Universidade Federal de Goiás (UFG) criou em sua tese de doutorado um revestimento biodegradável que é aplicado diretamente nas frutas, com resultados tão efetivos de conservação quanto o uso de sacos plásticos com vedação na conservação de alimentos.
A pesquisa criou um filme biodegradável que forma uma película em torno da fruta, feito a partir da mistura de água, polvilho azedo, glicerina e canela. A mistura simples, barata e com ingredientes de fácil acesso ao pequeno produtor pode fazer a diferença na conservação de frutas, chegando a dobrar o tempo de conservação do produto.
Segundo o pesquisador, o produto em que foi aplicado o revestimento chegou a conservar a qualidade (de acordo com padrões de aceitação comercial) por 18 dias mantido em refrigeração, enquanto o produto sem o revestimento, mantido apenas em refrigeração, durou 9 dias.
Existem outros produtos no mercado já em utilização como a cera de carnaúba, bastante utilizada na produção de maçãs, por exemplo. Mas Igor explica que a ideia era criar algo que além de biodegradável, utilizasse produtos simples e baratos e pudesse ser reproduzido em qualquer lugar, facilitando assim a adesão de pequenos produtores.
Potencial da pesquisa
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (2019), o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas, com cerca de 44 milhões de toneladas no ano de 2017, das quais 97% são consumidas internamente e 3% são destinadas ao mercado externo. A área cultivada com plantas frutíferas no Brasil está distribuída em 960.123ha com frutas tropicais, 861.682ha com frutas subtropicais e 140.805ha com espécies de clima temperado. A fruticultura está presente em todos os estados brasileiros e, como atividade econômica, envolve mais de seis milhões de pessoas que trabalham de forma direta e indireta no setor, sendo que o estado de Goiás (2018) obtém uma área de aproximadamente 384 hectares de maracujá, com uma produção de aproximadamente 6.100 toneladas de frutos de maracujazeiro.
Para o pesquisador: “A importância da cadeia produtiva do maracujá, bem como também dos agricultores familiares que os produzem é real. Frequentemente se observa, no âmbito familiar rural, a perda quantitativa e qualitativa de maracujás ou agricultores encontrando dificuldades de aproveitar os excedentes para compor uma receita em sua renda mensal. O fato destes frutos muitas vezes se perderem, leva à necessidade de se pensar em uma saída viável, técnica e adaptável à realidade dos agricultores familiares, visando agregar valor ao produto final e a geração de renda extra”.