Prefeito de Goiânia, Rogério Cruz defendeu a prorrogação do decreto que estabeleceu medidas mais restritivas e revelou que aumentou as fiscalizações nas ruas, com a participação de agentes da Guarda Civil Metropolitana. “Estamos trabalhando e buscando conscientizar os moradores da capital goiana quanto ao cumprimento do decreto”, contou Cruz. Ele afirmou, ainda, que os supermercados vão passar por uma fiscalização específica em virtude do não cumprimento do distanciamento social. “Recebi informações de que os supermercados não estão respeitando regras sanitárias e, por isso, já solicitei uma ação rápida para conter esse erro”.
Dentre as novas medidas apresentadas pela Prefeitura de Goiânia estão o fechamento de ferragistas e lojas de materiais de construção, além de bares, restaurantes e distribuidoras, que somente vão poder oferecer o serviço de delivery. Somente um integrante da familia será autorizado a entrar em supermercados. No mais, Rogério Cruz disse que a administração municipal vai seguir o mesmo decreto e intensificar ainda mais a fiscalização.
O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, também concordou com a prorrogação por mais mais sete dias e sugeriu um estudo por parte do comitê que integra os prefeitos da RMG para adoção de medidas de restrições regionalizadas, que permita uma abertura parcial do comércio. “Essa é uma sugestão, não precisa ser exatamente como o modelo adotado por Aparecida de Goiânia, mas precisamos pensar em alguma ação que seja pelo menos pedagógica aos moradores das nossas cidades”, pontuou.
Ao parabenizar a iniciativa da discussão ampla entre as cidades da RMG, o prefeito de Senador Canedo, Fernando Pellozo, enfatizou que os casos têm avançado demais e que o momento é de alerta. “Parabenizo essa iniciativa e coloco Senador Canedo à disposição para chegarmos a um consenso". O prefeito de Trindade, Mardem Junior, contou que a procura por leitos de UTI só tem aumentado no município. “Os casos positivos cresceram 20% em Trindade e já temos pacientes em lista de espera por vagas em leitos de UTI”, comentou.
O prefeito de Goianira, Carlão da Fox, também defendeu medidas mais duras por parte dos municípios já que, segundo ele, os decretos não foram totalmente respeitados e o povo conseguiu burlar as medidas. "Sugiro a prorrogação, bem como o endurecimento das medidas. Essa é a única maneira que vamos conseguir conter o avanço desse vírus. Tem muita gente achando que está nos enganando, mas estão enganando a si mesmos”, comentou. O prefeito de Hidrolândia, José Délio, também concordou com a prorrogação e revelou que essa união terá bons frutos. “Vamos vencer, juntos, essa pandemia”, afirmou.
Após as reuniões, prefeitos e secretários das gestões municipais indicaram que as tratativas devem continuar em conformidade entre as administrações e governo estadual para que não haja distorções ou ruídos na confecção das novas medidas, que serão adotadas a partir da próxima segunda-feira (8/3). Os prefeitos foram unânimes na opinião de que, para vencer o vírus, é preciso união e o engajamento de todos.
Restrições
O secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, observou que gráfico epidemiológico evidencia uma alta de casos em Goiás no mês de março. “A próxima semana será muito crítica”, revelou. “Não é o momento de cada município tomar decisões isoladas e vocês precisam manter essa união, mesmo sofrendo pressões”, apelou para os prefeitos.
Secretário de Saúde de Goiânia, Durval Pedroso, foi enfático em dizer que o objetivo das prefeituras neste momento deve ser evitar sistematicamente a circulação das pessoas, eliminar as aglomerações, independente das atividades, e buscar efetividade nas ações de fiscalização. “Somente teremos resultado se as pessoas deixarem de circular e aumentarem ainda mais os cuidados sanitários, como a higienização das mãos, uso contínuo das máscaras", alertou.
Pedroso explicou que Goiânia não tem medido esforços no combate à pandemia. A capital conta com 458 leitos específicos para o tratamento da covid-19, sendo 254 de UTI e 204 de enfermaria. Mas a taxa de ocupação é muito alta, hoje está em 98% (UTI) e 96% (enfermaria). A partir de segunda-feira (8/3) novos leitos estarão disponíveis no Hospital das Clínicas. “Contratamos mais 100 leitos, via convênio com Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), e estamos neste momento credenciando profissionais para trabalhar nas nossas unidades exclusivamente no tratamento do coronavírus.”