Raphaela Ferro
Goiânia - “Preciso que o governador de Goiás cuide da nossa população. Senão, fecharemos a divisa." A afirmação do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi dada nesta terça-feira (23/2) ao jornal Metrópoles. Ela surge após pedidos de prefeitos do entorno por contribuição do político para o cumprimento de regras rígidas para contenção da disseminação da covid-19. Na noite desta terça, o governador goiano, Ronaldo Caiado divulgou uma nota em resposta à declaração do gestor brasiliense, criticando-o pela postura.
"Diante de um momento tão delicado vivido por todos nós, onde a maioria dos governadores se dão as mãos para ajudar os que mais necessitam, causa repúdio e nojo ler uma declaração estapafúrdia do governador do DF, Ibaneis Rocha, de que vai fechar as fronteiras do DF com Goiás. Evidencia a sua falta de empatia e respeito pela vida", escreveu Caiado.
Contexto
A região do entorno sul está em situação de calamidade, de acordo com mapa das macrorregiões de saúde divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás na última quarta-feira (17/2). Por isso, prefeitos de Luziânia, Cidade Ocidental, Águas Lindas de Goiás, Novo Gama, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso consultaram o governador brasiliense solicitando que fosse feito um lockdown conjunto - o que Ibaneis refutou.
Confira a íntegra da nota divulgada pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado:
"Diante de um momento tão delicado vivido por todos nós, onde a maioria dos governadores se dão as mãos para ajudar os que mais necessitam, causa repúdio e nojo ler uma declaração estapafúrdia do governador do DF, Ibaneis Rocha, de que vai fechar as fronteiras do DF com Goiás. Evidencia a sua falta de empatia e respeito pela vida. Como governador, nunca fiz contas de quantas pessoas já atendi nem o seu local de origem. Eu defendo a vida, acima de tudo! Já cedi medicamentos ao Amapá, recebi pacientes manauaras, atendi pacientes do DF nos hospitais de campanha que montamos em Luziânia e em Formosa com o mesmo respeito que temos pelas vidas dos goianos. Recebi um estado com apenas três cidades com leitos de UTI públicos: Goiânia, Anápolis, Aparecida. Mas criei novos leitos em 12 macrorregiões, entre elas Luziânia e Formosa. Sei que a declaração do governador Ibaneis não condiz com o pensamento de quem mora em Brasília. Essa declaração é de uma pequenez que rima com o seu próprio nome."