Théo Mariano e Mônica Parreira
Goiânia - Faleceu, na madrugada desta quarta-feira (13/1), o prefeito de Goiânia, Maguito Vilela (MDB). Ele tinha 71 anos e estava internado desde outubro do ano passado, no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, com quadro de covid-19. O óbito foi confirmado pela unidade de saúde às 4h10.
"É com profundo pesar que comunicamos o falecimento do prefeito de Goiânia, Maguito Vilela, ocorrido nesta madrugada de 13 de janeiro. Internado desde o dia 22 de outubro para tratar da Covid-19, Maguito lutava contra uma infecção pulmonar diagnosticada na semana passada. A família está providenciando o traslado do corpo de São Paulo para Goiás e ele deve ser sepultado em Jataí, sua terra natal. Assim que tivermos mais informações repassaremos à imprensa", diz o comunicado oficial emitido pela assessoria de imprensa da Prefeitura de Goiânia.
Dono de currículo extenso, o prefeito falecido foi um dos principais personagens políticos da história de Goiás, com cargos de governador (1995-1998) e vice-governador (1991-1995), prefeito (2008-2016), vereador (1977-1983), deputado estadual (1983-1987) e federal (1987-1991) e senador (1998-2006).
Além dos cargos nos Poderes Executivo e Legislativo, o emedebista também foi vice-presidente do Banco do Brasil, em 2007, nomeado pelo então ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Filho de Joaquim Morais Vilela e Nazime Martins Vilela, Luís Alberto Maguito Vilela nasceu em Jataí no dia 24 de janeiro de 1949. No ano de 1974, ele se formou em Direito na Faculdade de Direito de Anápolis.
O primeiro cargo público ao qual se elegeu foi de vereador, pelo município de Jataí, em 1976. Maguito era filiado à Aliança Renovadora Nacional (Arena). Apesar de ter sido eleito por legenda favorável ao regime militar (1964-1985), o político trocou sua sigla em 1979, após a extinção do bipartidarismo e a reformulação partidária. A partir daí, Vilela migrou para o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) - agora somente MDB -, legenda que se opunha à ditadura.
Em 1982, tornou-se deputado estadual pela sigla à época peemedebista e durante seu mandato foi escolhido como vice-líder do partido e líder do governo na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego). Desde então, Maguito não trocou mais a sua legenda, pela qual se elegeu prefeito de Goiânia, apesar de ter permanecido licenciado do cargo desde sua posse, no dia 1º de janeiro de 2021.
Aclamado como um gestor preparado, Maguito tornou-se referência na política de Aparecida de Goiânia após dois mandatos como prefeito no município. Em sua segunda eleição, inclusive, o emedebista recebeu mais de 63% dos votos válidos na cidade e foi eleito no primeiro turno. Até hoje, é tido pelo atual chefe do Executivo aparecidense, Gustavo Mendanha (MDB), como o prefeito que alavancou o desenvolvimento do município.
O posto mais alto assumido pelo emedebista foi o cargo de governador de Goiás. Em 1994, Maguito foi eleito para chefiar o Executivo estadual após ter sido vice-governador de Iris Rezende no mandato anterior. À época, Vilela recebeu 1.013.025 votos para atingir o mais alto escalão da política goiana.
Iris Rezende (à esquerda) e Maguito Vilela (à direita) / (Foto: Reprodução/Instagram/@maguitovilela)
Aos goianienses, resta o nó na garganta por sequer ter visto o prefeito eleito assumir o posto ao qual foi empossado. A enorme perda, tanto à sociedade quanto à família Vilela e amigos, torna-se agora um descanso após tantos dias de batalha contra as complicações da covid-19, uma doença traiçoeira que já findou a vida de mais de 204 mil brasileiros.