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Educação no Brasil

Chegada do Novo Ensino Médio se aproxima; especialista comenta tema

Professor será central na transformação | 09.11.20 - 19:01 Chegada do Novo Ensino Médio se aproxima; especialista comenta tema (Foto: Reprodução/Web)
Théo Mariano
 
Goiânia - A chegada da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Médio está se aproximando. Esperada para 2021, a implementação da BNCC ocorre junto da chegada do Novo Ensino Médio, que define, entre outras mudanças, a ampliação da carga horária, organização curricular mais flexível e formações nas áreas de conhecimento e profissional. “Estamos diante de um momento de grandes adaptações, transformações e mudanças”, avalia a especialista Karla Lopes, coordenadora da Instituição Inteligência Educacional, em entrevista ao jornal A Redação.
 
Para a especialista, o professor “estará no centro” das transformações do Ensino Médio no País. “As instituições de ensino precisam se preparar e se adaptar às mudanças que serão implementadas. Além disso, deverão elaborar planejamentos mais eficientes, que sustentem essas mudanças no espaço da sala de aula.”


Karla Lopes / (Foto: Reprodução/WhatsApp)
 
A presidente do Fórum Nacional de Educação (FNE), Maria Ester Galvão, também enxerga destaque no papel do professor nesse momento de mudanças no ensino. “Via de regra, os professores não estão preparados para interagirem entre si em trabalhos interdisciplinares.  O Ensino Médio, a partir da nova BNCC, enseja numa atuação coletiva e concatenada”, afirmou ao AR.
 
“Como exemplo, cito o de que componentes curriculares de Ciências da Natureza podem ser trabalhados num mesmo Projeto de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Uma área pode dialogar com a outra e os professores devem se sentir e estar preparados para tais dinâmicas”, disse Ester. “O ensino médio que temos hoje não atrai o aluno, não  o motiva prioritariamente  ao crescimento, mas sim à competição.”


Maria Ester Galvão / (Foto: Reprodução)
 
“É minha convicção que o aluno brasileiro merece as mudanças que a legislação e a BNCC propõem. A escola para o aluno do Ensino Médio de hoje representa, basicamente, a oportunidade de aprender conteúdos que venham a habilitá-lo a ser aprovado em processos seletivos. Há um tolhimento e um cerceamento da liberdade de criar”, avalia a presidente da FNE.
 
A aprovação da nova BNCC para o Ensino Médio ocorreu em dezembro de 2018. A nova arquitetura da trajetória escolar vem sendo formulada desde 2019, com base também na lei do Novo Ensino Médio, de 2017.
 
Ex-secretário-executivo do Ministério da Educação, Felipe Sigollo, atualmente reitor da Universidade Brasil, em São Paulo, explica que a função da BNCC é “unificar o ensino em todo o País”. “A base determina o que cada disciplina deverá tratar ao longo das séries, mas, no Ensino Médio, vale apenas para as matérias de matemática, português e inglês, as únicas que são obrigatórias nesta etapa.”


Felipe Sigollo / (Foto: Reprodução)
 
Segundo a nova legislação, a carga horária da etapa subiu de 2,4 mil horas, distribuídas em três anos, para 3 mil horas totais ao longo do mesmo período. Destas, 1,8 mil horas serão destinadas ao aprendizado determinado pela BNCC, comum e obrigatório aos alunos. O tempo restante, 1,2 mil horas, é chamado como “parte flexível”, na qual os estudantes poderão escolher as disciplinas conforme seus interesses.
 
Karla Lopes acredita que as novidades tiram os profissionais da educação da zona de conforto e geram incertezas. “Mas se fizermos as mudanças, podemos garantir a cada um dos estudantes, estejam eles nas redes públicas ou privadas, o direito de percorrer seus caminhos ao longo dos três anos de Ensino Médio, de forma que conectem suas aprendizagens com anseios, interesses e aptidões”, concluiu.

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