Lucas Cássio
Goiânia – A secretária da Economia de Goiás, Cristiane Schmidt, participou de uma live nesta terça-feira (23/6) para falar sobre as perspectivas econômicas para Goiás. O bate-papo virtual foi realizado pela Nexgen Capital. Durante a transmissão, Schmidt defendeu a privatização de estatais para o equilíbrio das contas do Estado.
Segundo a secretária, em 2019, o governo estadual conseguiu fazer algumas reformas que contribuíram para que as contas públicas não se agravassem. Ela citou as reformas da Previdência, do Estatuto do Servidor e ajustes nas medidas de incentivos fiscais. “Esse ano é um ano de diminuição da máquina pública”, alegou. “As privatizações parecem que estão voltando a pauta. Essas agendas de reforma são relevantes. Se não fizermos reformas estruturais, o Brasil não vai andar. Goiás é um dos estados que está mais adiante nesta corrida de recursos privados para tentar vender o que tem aqui”, afirmou.
Cristiane Schmidt ressaltou que tem pressa na privatização de empresas goianas. “Em 2021 deve acontecer a privatização da Celg GT”, citou. Ela pontuou que o Estado foca na privatização de cinco empresas: Celg Geração e Transmissão (Celg GT), Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego), Agência Goiana de Gás (GoiasGás), Goiás Telecomunicações (GoiasTelecom) e Metrobus. Segundo Schmidt a venda das empresas seria “para tentar colocar dinheiro no caixa para abater dívidas”. “Precisamos vender ativos para abater a dívida e sobretudo dar eficiência no serviço público”, justificou.
A venda das estatais foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) em dezembro de 2019. Na época, o governo tinha a expectativa de receber até R$ 1,5 bilhão e ainda economizar R$ 100 milhões com as vendas.
Pandemia
A secretária da Economia de Goiás avaliou que 2020 é um ano atípico e que precisa de medidas atípicas para que a crise econômica seja superada. “Esse ano é um ano de gastos. Nenhum economista diz que não devemos gastar. Agora, temos que verificar a consequência disso depois”, disse.
Cristiane Schmidt defendeu as medidas do governo federal que auxiliam parcela da população impactada financeiramente pela pandemia de covid-19. Porém, a secretária afirmou que é preciso cautela e sugeriu rever os valores pagos no auxílio emergencial. Segundo ela, o Bolsa Família, que paga em média R$ 200 por mês, é um programa bem sucedido e que o valor pago no auxílio emergencial, R$ 600, está muito acima. Schmidt alegou ainda que o principal problema é querer tonar o auxílio como uma despesa fixa do governo.
“O grande problema do Brasil é que as pessoas estão querendo transformar gastos temporários em gastos permanentes. Se no Congresso for aprovado gastos permanentes, eu receio que o nosso risco Brasil vai aumentar”, disse.
A ideia de tornar permanente o auxílio emergencial de R$ 600 pago a brasileiros sem renda formal foi levantando e é discutido pela equipe econômica do governo. A previsão é que o gasto para arcar com um programa neste nível seria em torno de R$ R$ 30 bilhões do Orçamento da União.
Incentivos fiscais
Segundo Cristiane Schmidt, Goiás fazia a concessão de benefícios fiscais sem controle. “O que observamos em Goiás é que incentivo fiscal é dado de qualquer maneira. Isso não pode. É preciso passar por uma análise de política pública”, afirmou. “Empresário gosta e o Estado precisa fazer uma análise custo benefício”, acrescentou.
“Goiás era o segundo Estado a dar mais incentivos ficais no Brasil com um caixa que está gritando por recursos”, alegou Cristiane Schmidt.
Em maio deste ano, a Alego aprovou o projeto apresentado pela Governadoria que implementa o ProGoiás, programa de benefícios fiscais que substitui o Fomentar/Produzir. “Esse projeto veio ajudar o setor privado. Ele desburocratiza os processos. A gente quer ajudar o contribuinte no melhor que podemos fazer”, disse.