A Redação
Goiânia - A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida de Goiânia iniciou, há cerca de um ano, um serviço que torna o período pós-parto ainda mais especial. Os recém-nascidos da Maternidade Marlene Teixeira recebem, já no primeiro dia de vida, um aconchegante banho de ofurô para deixá-los totalmente seguros e repletos de amor e de carinho.
A enfermeira especialista em obstetrícia, Sandra Martins Noleto, responsável pelos banhos, explica que a técnica transmite ao bebê as sensações parecidas com as que ele tem dentro do útero da mãe.
“Essa técnica é super simples e traz resultados excelentes em relação à cólica, aos bebês que estão chorosos e àqueles que apresentam problemas para dormir. Muitas mães estão aderindo a essa prática. Ela serve como um calmante natural porque insere esse bebê em um ambiente pequeno, quentinho e cheio de água, como o útero da mãe. Com isso, eles ficam mais calmos e dormem melhor” – conta.
A diretora da unidade, Luciene Morais, conta que ao todo são cerca de 200 partos realizados todos os meses na maternidade. “Nós já realizamos o parto humanizado e agora também ofertamos esta técnica que tanto agrada mamães e bebês”.
Lorrane Silva Meireles, mãe do Kalel, de apenas cinco dias, acha importante a prática e comemora a chegada de seu bebê em um ambiente tão acolhedor. “A água é bem quentinha e a luz bem suave, parece que vai agradar. Eles colocam umas músicas bem calmas. Parece uma ideia maravilhosa porque as crianças já chegam ao mundo com a garantia de que aqui do lado de fora da barriga também está tudo tranquilo”.
Sensação intrauterina
Criada por obstetras de maternidades da Holanda no ano de 1997, a técnica do banho de ofurô para bebês, também conhecida como banho de baldinho, ajuda a oferecer ao recém-nascido uma transição tranquila do útero para o mundo.
Apesar de não haver nenhum estudo que assegure sua eficácia, especialistas garantem que quando os recém-nascidos são mergulhados na água, à temperatura de 36 a 38 graus, de preferência com pouca luz, logo se lembram do meio aquático do útero.
“Com essa sensação intrauterina, eles rapidamente se colocam em posição fetal, com pernas e braços encolhidos e relaxam por completo até dormirem” – afirma Sandra.
Sandra Martins explica que a partir do sexto mês de gestação os bebês já começam a desenvolver a memória e são inclusive capazes de recordar das sensações intrauterinas. “Quando iniciamos o banho eles acabam se lembrando do ambiente protegido, aquecido, escuro e da posição fetal em que costumavam ficar. Isso os deixa mais tranquilos e seguros”.
Ela adverte as mamães que queriam realizar o procedimento em casa sobre a importância de se utilizar um balde adequado, com bordas arredondadas e altura e peso ideais. “É essencial que esse balde não seja utilizado para outros fins para que tenha total assepsia” – completa.