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Insurtechs ajudam a reinventar o mercado de seguros no Brasil

Um dos desafios é melhorar os preços | 10.10.18 - 20:57 Insurtechs ajudam a reinventar o mercado de seguros no Brasil (Foto: Istock)
Fernando Dantas
 
Goiânia - À primeira vista, palavras como startups, insurtechs, fintechs, plataforma mobile, internet das coisas, blockchain, inteligência artificial e peer-to-peer podem deixar muita gente confusa e pronta para ir ao Google e descobrir o que é tudo isso. Para quem não está habituado aos termos, vale ressaltar que essas palavras já fazem parte do dia a dia de diferentes setores econômicos no Brasil e no mundo, inclusive do mercado de seguros.

As insurtechs, por exemplo, são startups voltadas especificamente para o mercado de seguros. A origem do termo vem da união das palavras seguro e tecnologia – insur, de insurance (seguro em inglês) e tech, de technology (tecnologia também em inglês). Esse modelo de negócio tem crescido ano após ano e movimentado cifras bilionárias pelo mundo. Dados da consultoria Everis mostram que de 2010 a 2017, 287 startups do setor de seguros em todo o mundo receberam US$ 9,2 bilhões, sendo US$ 2,7 bilhões em 151 empresas apenas em 2016.
 
O Brasil já tem 78 insurtechs, conforme prévia do mapeamento da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, divulgada em julho deste ano. Em junho de 2017, eram 25. Os dados são do Comitê de Insurtechs, que foi criado para fomentar o desenvolvimento digital e dar mais visibilidade às startups do setor de seguros. “Hoje, além das barreiras regulatórias, há também as barreiras internas organizacionais que dificultam o processo de inovação do mercado. Integrar os diferentes atores desse ecossistema para o debate e proposições que acelerem a modernização e transformação do setor é fundamental e faz parte dos desafios do Comitê”, ressalta a coordenadora Beatriz Rocha.
 
Essa mobilização em prol do segmento é necessária, porque as insurtechs chegaram ao mercado exatamente com a proposta de tentar inovar na oferta de serviços e produtos, de trazer soluções tecnológicas, além de modernizar o mercado de seguros. Os especialistas alertam que a intenção não é acabar com o modelo tradicional de seguro no Brasil, ou mesmo atrapalhar a atuação de seguradoras e corretores, mas sim somar e contribuir para o mercado se reinventar, permitindo processos mais simples, rápidos e menos burocráticos na contratação.
 
Todas as fontes consultadas para esta matéria concordam que o mercado de seguros é importante para a economia brasileira. Somente a área específica para pessoas, que inclui seguros de vida, de acidentes pessoais, educacional e outras modalidades, conseguiu fechar o ano de 2017 com R$ 34,53 bilhões em prêmios. Todos também acreditam que é um setor que tem potencial para expansão. As estatísticas revelam isso. Segundo dados da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais (CNSEG), apenas 30% da frota de veículos brasileira é segurada, 16% da população têm seguro residencial, cerca de 19% possuem seguro de vida e 25% têm seguro de saúde.

“Os preços ainda são elevados, não há cultura de compra e há ineficiência na cadeia deste setor. Mas nós acreditamos que o consumidor está mudando. Hoje, ele tem acesso a um conteúdo maior de informações. É mais digital, valoriza o produto e o atendimento personalizado. E, é por isso que o setor precisa mudar também, se reinventar, se digitalizar, como já ocorreu e está ocorrendo em tantos outros setores da economia”, defende André Gregori, fundador e CEO do Grupo Thinkseg, que inclui as insurtechs Bidu e Thinkseg.
 

Hailton Costa Neves (Foto: Paulo Rogê)Crédito Paulo Rogê
 
Espaço para inovar
O corretor de seguros Hailton Costa Neves - que também é delegado do Sindicato dos Corretores e Empresas Corretoras de Seguros no Estado de Goiás (Sincor-GO) junto à Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros (Fenacor) - afirma que apesar de ser um mercado altamente regulado, já que depende da Superintendência de Seguros Privados (Susep), o setor tem bastante espaço para a inovação. Ele acredita que a entrada das insurtechs não oferece risco ao mercado ou aos corretores, e que a tendência é de novas startups surgindo nos próximos anos. “A geração que está chegando ao mercado é de consumidores altamente conectados, jovens, que gostam de novidades e buscam comparações antes de efetivar uma compra. Também acredito em um forte crescimento econômico nos próximos 10 anos, que representará evolução do mercado segurador também, com espaço para todos. Mas é certo que o corretor de seguros precisa estar bem preparado para todas essas inovações”, ressalta. 
 
O professor da Escola Nacional de Seguros e proprietário da Correcta Seguros, Bruno Kelly, concorda que os profissionais deste mercado precisam investir em conhecimento para se adaptarem à nova realidade do setor. “Administrativamente, por exemplo, vejo que as corretoras já estão bem mais informatizadas. O mercado de seguro para veículos também tem se adaptado às tecnologias. Se antes só existia a avaliação de risco, que faz parte do processo de aquisição do seguro, hoje o perfil mudou. Seguradoras de grande porte como Liberty e Porto Seguro já utilizam o sistema de telemetria”, avisa. 
 
O uso da telemetria ganhou mais destaque na Europa e Estados Unidos por causa de ferramentas como ‘big data e internet das coisas’, e agora está sendo utilizado no Brasil. Trata-se de uma tecnologia sem fio que permite a medição e comunicação de informações. Os dados do usuário, por exemplo, alimentam o banco das centrais ligadas aos equipamentos. “Dessa forma é possível monitorar os hábitos e comportamentos dos segurados ao volante. As informações são enviadas para uma central, que emite dados para as seguradoras. Antes não tinha como fazer essa distinção. Era preciso acreditar nas informações repassadas pelo segurado”. 
 
Bruno afirma que as tecnologias digitais fazem parte de uma nova realidade e vão ajudar a tornar os processos mais rápidos, com precificação mais justa, de acordo com o grau de risco. “As vendas serão menos complicadas e mais ágeis. Isso é um ponto positivo, já que as pessoas não têm muita paciência para ações demoradas. Quando ocorre um sinistro, por exemplo, envolvendo carro, é preciso levá-lo na oficina, enviar fotos, emitir documentos, avisar o ocorrido para depois começar a montar o processo para receber o seguro. A tecnologia chega para ajuda a reduzir essa burocracia e a colocar os processos para rodar. É a internet sendo utilizada a favor do mercado de seguros”, diz. 
 

 
 

CEO da insurtech, Keyton Pedreira (Foto: divulgação)
 
Indicação e bonificação
Foi em busca de um novo modelo de negócio que surgiu a Segurize, corretora registrada na Susep, que oferece produtos e serviços por meio de uma plataforma online, com o intuito de evitar a burocracia dos papéis e de oferecer uma renda extra no mercado de seguros. Segundo o CEO da insurtech, Keyton Pedreira, pela plataforma, os usuários podem indicar pessoas para fazerem seguros e se caso o negócio for concluído, quem indicou é recompensado. Ele acrescenta que o processo é simples. Para participar, o interessado faz o cadastro gratuitamente na plataforma. Depois, esse usuário pode indicar para sua rede de contatos produtos e serviços da Segurize, como seguro para veículos, de vida, de saúde PET (animais) e cartão de saúde TEM. Se a indicação resultar em venda, a pessoa recebe uma bonificação. O CEO da insurtech complementa que as equipes da Segurize Corretora de Seguros fazem os cálculos e fecham o negócio com os clientes. Quem indicou não precisa se preocupar com as contratações. 
 
Mas como todo negócio, a Segurize enfrentou algumas barreiras para iniciar as atividades. “No nosso caso foi a conexão com as seguradoras. Isso porque para termos uma experiência de vendas online de seguros é necessário ter todo o processo de negócio integrado, que são pessoas chegando, fazendo a cotação e contratando o seguro”. Keyton afirma, então, que foi necessário buscar as seguradoras para poder implementar o processo. “O Bradesco Seguros fez um processo de inovação, com a criação de um Centro, e o último ciclo era uma rodada com 1,5 mil startups. Desse total, nós fomos uma das selecionadas. Entramos no projeto para tentar resolver esse problema de conexão com a seguradora”. O CEO enfatiza que hoje, existe essa conexão com seguradoras, o que permitiu colocar o negócio em atividade. “A Segurize está rodando e o nosso piloto é com a Bradesco, até o final deste ano. Dependendo do modelo que implementarmos neste novo negócio, o nosso objetivo é ultrapassar a casa de dezenas de milhões de pessoas indicando seguros de maneira recorrente”, reforça. 
 

CEO do Grupo Thinkseg, André Gregori (Foto: divulgação)
 
União em prol do mercado
Fundada em 2011, a Bidu Corretora é uma plataforma online de recomendação, comparação e contratação de seguros e serviços financeiros. A insurtech é uma das primeiras corretoras de seguro online do Brasil e ajudou mais de oito milhões de pessoas a comparar preços e coberturas de diversos tipos de seguro, como seguro auto, seguro viagem, residencial, de vida e de saúde. O foco tem sido mapear as melhores opções de seguros e produtos financeiros disponíveis no mercado, orientar e ajudar as pessoas a escolherem os mais adequados, considerando suas próprias necessidades e possibilidades. A Bidu conta com mais de oito milhões de cotações feitas desde seu início e possui um tráfego orgânico que supera os 600 mil usuários por mês.
 
Já a Thinkseg é uma startup de seguros fundada em 2016 e que usa a tecnologia para conectar seguradoras, clientes e corretores de forma totalmente digital. O trabalho é feito em parceria com as grandes seguradoras do mercado para construir e empacotar produtos exclusivos e customizados, pensando não apenas no perfil, mas também no comportamento de cada cliente. A insurtech segue outro formato de produto e de precificação, totalmente direcionado ao consumidor, e que complementa os produtos tradicionais que as seguradoras já oferecem. 
 
Segundo o fundador e CEO do Grupo Thinkseg, André Gregori, as vantagens oferecidas pela insurtech vão desde a formatação do produto até o relacionamento com o consumidor. “Em vez de partir dos produtos ‘de prateleira’, que já existem no mercado, e buscar clientes para esses produtos, nós invertemos a cadeia. Pensamos primeiro no cliente, ou melhor, nas diferentes ‘personas’ e suas características, necessidades, desejos e comportamento, para depois criar, junto com as seguradoras, produtos sob medida para eles. Ao utilizar diversas tecnologias como telemetria, análise de anseios e temores, entre outros, conseguimos identificar diferentes personas para então construir, a partir de centenas de milhares de possíveis combinações, entre todas as seguradoras, o produto mais adequado para cada um, e consequentemente, com o preço justo”, relata. 
 
Com a intenção de inovar ainda mais no mercado de seguros, em junho deste ano, a Thinkseg assumiu posição de maior insurtech do Brasil ao adquirir a Bidu Corretora. Como parte da transação, Rodolpho Gurgel, até então CEO da Bidu, e outros três gestores da companhia, tornaram-se sócios da Thinkseg, trazendo conhecimento em tecnologia e marketing online para acelerar a expansão da insurtech. As conversas entre a Thinkseg e os investidores da Bidu foram iniciadas no final do ano passado. “O resultado deste ‘namoro’ é o atual desenho que consolida a sinergia e as habilidades complementares que ambas possuem”, conta André Gregori. “Com esta aquisição, será possível trabalhar toda a cadeia produtiva do mercado de seguros com maior flexibilidade, assertividade e eficiência, unindo a experiência da Bidu em aquisição de clientes e inteligência de dados com a capacidade da Thinkseg na formatação e precificação de produtos de seguro em parceria com as grandes seguradoras” reforça.
 
Após a incorporação da Bidu, a carteira do Grupo Thinkseg passou a somar mais de 23 mil clientes, com volume de prêmios estimado em R$ 85 milhões. Além disso, a empresa incrementa sua participação de mercado na maioria dos estados do País e aumenta suas vendas online, especialmente no segmento de seguro auto, carro-chefe da Bidu desde seu lançamento. André orienta que a Thinkseg, que já opera também nos ramos de vida e eletrônicos, agora tem a possibilidade de acelerar sua entrada em outras áreas onde a Bidu já atua, como seguro viagem e plano de saúde, por exemplo. Apesar da aquisição, as operações e os sites das empresas permanecem independentes.
 
André Gregori enfatiza que a inovação e o uso de tecnologias são importantes no mercado de seguros, exatamente por se tratar de um setor que é tradicional, com empresas gigantes, que já funcionam de determinada forma há muito tempo, além de ser altamente regulamentado. “Sabemos que o desafio de inovar neste mercado é enorme, porém não tenho dúvidas de que é apenas uma questão de tempo, pois a mudança já está em curso. Ao observar o volume de acessos e cotações online feitas pela Bidu, fica evidente que a distribuição de seguros, hoje, já é muito mais democrática e eficiente do que era há alguns anos. Já na ponta de formatação e precificação de produtos, que é onde a Thinkseg se destaca, a ladeira é mais íngreme, mas já estamos vendo um interesse cada vez maior por parte das seguradoras em fazer parcerias conosco para criar produtos e combos de produtos exclusivos e cada vez mais com a cara do consumidor digital”, afirma. 
 
Proteção compartilhada
A proposta da insurtech Mutual.Life é semelhante às tradicionais formas de se fazer seguro, porque se baseia no mutualismo. Mas não é como uma seguradora e sim, uma provedora de serviços, que trabalha por meio da tecnologia, promovendo a proteção compartilhada e seguindo o atual entendimento legal dos órgãos reguladores do mercado de seguros. A ideia é que, ao invés de ter que pagar por uma apólice de seguros todo ano, um grupo de pessoas conhecidas e com necessidades parecidas se unam e, por meio da plataforma, contribuam para um ‘caixa compartilhado’. Este caixa será usado pelo próprio grupo para reembolsar eventuais prejuízos de seus membros, de forma justa e simétrica, levando em consideração o perfil de cada integrante. “Decidimos tirar a ideia do papel no início de 2016, com o objetivo de proporcionar uma relação mais simétrica e justa para os participantes. Para isso, apostamos em alguns diferenciais tecnológicos para diminuir assimetrias da informação entre os participantes, mitigar fraudes, atribuir pontos individuais de risco, entre outras coisas”, afirma um dos três sócios empreendedores da insurtech, Jó Beduschi. Mestrando em Neuromarketing e especialista em gestão empresarial, ele é o CEO da Mutual.Life. 
 
Os empreendedores utilizam a proteção P2P (peer-to-peer), que permite compartilhamentos de serviços ou dados sem a necessidade de um ‘intermediário’. “Ajustamos os cálculos atuariais de tal forma que foi possível atestar a viabilidade da lógica da operação peer-to-peer aplicada ao seguro. Além disso, confeccionamos provas de conceito, ou seja, criamos aplicações que nos permitiram fazer contas, testar e simular o mecanismo de proteção P2P”, revela Jó. Os sócios empreendedores também acreditam que a proteção P2P irá aumentar a cobertura securitária com mais segurança e transparência que as alternativas disponíveis, promovendo mais estabilidade econômica, especialmente para os perfis socioeconômicos com menos acesso aos produtos tradicionais de seguro. “Também vemos, por meio das nossas simulações e cálculos atuariais que o capital requerido no início da operação para dar a segurança necessária é bem menor do que os valores exigidos das seguradoras para produtos massificados”, afirma.
 
Os sócios explicam que o tamanho de um grupo pode variar bastante, mas nunca pode ser muito grande, por descaracterizar a natureza mais pessoal e de confiança da relação entre seus participantes. De acordo com eles, um grupo ideal é de cerca de 50 pessoas, que se conhecem e se confiam. Para participar, primeiro o usuário recebe o convite de algum integrante de um grupo da Mutual.Life. Depois, essa pessoa se cadastra por meio do link recebido. O cadastro do usuário é enviado para aprovação do grupo, que tem 24 horas para se manifestar. Após esse prazo, não tendo objeções, o convidado é aceito pelo grupo e recebe as instruções por e-mail. Por fim, com o cumprimento das instruções, o convidado é inserido no grupo para o qual foi convidado. 
 
De acordo com os sócios da Mutual.Life, o dinheiro do grupo é protegido por meio de moeda digital na Blockchain (cadeia de dados). Esse conceito surgiu em 2008 e representa uma forma de validar uma transação ou registro. É aplicado para dar mais segurança às transações digitais. No caso da Mutual.Life, o próprio grupo é quem gerencia os recursos, desbloqueando-os apenas por meio do voto da maioria. Quando é necessário o reembolso, o usuário faz o cadastro na plataforma e informa todos os dados relativos ao evento ocorrido. O pedido é submetido ao grupo, que tem 48 horas para enviar, de forma confidencial, eventuais contestações. Passado esse prazo, o grupo tem mais 48 horas para votar, na forma de percentual que o membro julga ser o justo a ser reembolsado. No caso de abstenção, é considerado 100% favorável. Após o prazo de votação, o solicitante é reembolsado, de acordo com a média do percentual admitido pelo grupo. 
 

 
Impulso aos negócios
As startups encontraram oportunidade de negócios no mercado de seguros e chegaram a essa área com a meta de contribuir para ampliar e impulsionar o segmento no País. Porém, esses negócios inovadores também precisam de certo impulso para se deslanchar no mercado. Quem pode auxiliar com isso são as aceleradoras. Elas surgiram para ajudar os empreendedores a construírem e consolidarem suas startups, para que consigam se manter e lucrar com os empreendimentos. 
 
Criada em 2012 e com escritórios em São Paulo, Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Goiânia (GO) e Brasília (DF), a ACE é uma empresa de investimento em startups e inovação corporativa. Nesses seis anos de história, já ‘acelerou’ mais de 200 startups e ajudou mais de 25 grandes empresas a inovarem. A aceleradora foi criada por Pedro Waengertner e Mike Ajnstajn, dois empreendedores e investidores seriais, com larga experiência nos mercados brasileiro e americano.
 
Na área de seguros, a ACE tem uma insurtech no portfólio. É a Bike Registrada, especializada em seguros para bicicletas. Segundo o head de conteúdo da ACE, Gabriel Ferreira, foi um trabalho interessante de ser desenvolvido, já que, ao chegar na ACE, a empresa ainda não era exatamente uma insurtech. “Descobriu essa vocação ao longo do trabalho de validação, que apontou que este era um tipo de produto desejado pelos consumidores, mas que ainda não era bem atendido pelas empresas atuantes no setor”, explica. Ele acrescenta que o mercado de seguros, como todo mercado tradicional, tem muito a se desenvolver com o apoio das startups. “E isso pode acontecer de duas formas, seja por meio do surgimento de startups que ajudem os clientes do setor a resolverem seus problemas de forma mais fácil e simplificada, seja prestando serviços para as empresas já consolidadas no setor e ajudando essas companhias a melhorarem seus processos, estruturas de custo etc”, enfatiza. Gabriel ressalta ainda que um bom programa de aceleração ajuda a empresa a ‘queimar etapas’ e concluir, em menos tempo, a validação de seu negócio, a descoberta dos melhores canais de aquisição de clientes, além de auxiliar no acesso ao mercado e na resolução de dilemas por meio de mentorias.
 
A Tropos Lab surgiu também em 2012 para ajudar empreendedores e intraempreendedores a transformarem suas ideias e tecnologias em negócios inovadores. “Para as startups, temos o objetivo de guiar os empreendedores no caminho de desenvolvimento dos seus negócios. Para as grandes empresas, temos o objetivo de torná-las mais inovadoras, seja por meio do desenvolvimento de novos produtos e negócios, seja através da conexão com startups”, afirma o sócio diretor de Aceleração, Pedro Teixeira. Além dele, são mais dois sócios fundadores, Paulo Renato Cabral e Renata Horta; e uma sócia, Nathália Tavres, que chegou para ser o ‘braço’ da empresa em São Paulo.
 

(Foto: divulgação)
 
Desde a sua criação, a Tropos Lab já acelerou mais de 550 startups e realizou 40 programas de aceleração diferentes com empresas como Mercedes, Nestlé, Zurich Santander, EDP e CNH industrial e com instituições como Governo de Minas, Sebrae e Sindicato das Empresas de Seguros Privados, de Resseguros e de Capitalização dos Estados de Minas Gerais, de Goiás, do Mato Grosso e do Distrito Federal (SindSeg MG/GO/MT/DF). 
 
Em parceria com o SindSeg, a Tropos Lab realizou o SindSegInsurtech Connection, com o objetivo de desafiar startups a criarem soluções inovadoras que gerem ganhos para as seguradoras. Coube ao Sindicato a idealização do programa, a gestão dos recursos e a mobilização da rede de seguradoras, enquanto à Tropos Lab, a seleção e mentoria das startups, bem como a condução dos eventos. O programa conseguiu atrair 53 insurtechs. Dessas, 30 foram selecionadas para o 1º Bootcamp e 12 passaram para a etapa de mentorias. Foram ao todo 151 conexões entre startups e seguradoras, 48 reuniões de aceleração e seis semanas de avanço.
 
Das 12 que foram para a fase final, a O2O Bots, de Florianópolis, foi a ganhadora e premiada também com R$ 5 mil. A proposta da insurtech consiste na utilização de um robô com inteligência artificial para vender seguros. “Hoje, oferecemos aos nossos clientes a oportunidade de alugá-lo. Como a tecnologia é capaz de desempenhar tarefas operacionais e repetitivas, o uso de robôs permite que as pessoas estejam mais livres para vender e se relacionar mais”, explica o fundador e CEO da startup, Leonardo Rochadel.
 
O presidente da Comissão SindLab, Leandro Godinho, aposta que o SindSegInsurtech Connection continuará gerando bons frutos. “Por meio dessa iniciativa, foi possível trazer as startups para o ambiente das seguradoras. O que acontecerá depois, nós saberemos apenas no futuro. Porém, considerando o profissionalismo e a qualidade das propostas apresentadas, tenho certeza de que novos negócios continuarão a ser feitos”, afirma. Para Pedro, da Tropos Lab, o próximo passo do projeto é monitorar quantas dessas conexões se transformam em contratos de parcerias entre as startups e as seguradoras.
 
 
 

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