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Varejo em Goiânia avança com IA e alcança novos patamares de eficiência

Assistentes virtuais estão entre os serviços | 08.11.24 - 10:05 Varejo em Goiânia avança com IA e alcança novos patamares de eficiência Imagem gerada por IA
 
Adriana Marinelli

Goiânia -
 A revolução da Inteligência Artificial (IA) no varejo brasileiro está em plena ascensão, e Goiânia se destaca como um laboratório de inovação, onde os impactos positivos dessa tecnologia estão sendo vivenciados de forma expressiva. Segundo um levantamento da Central do Varejo, realizado entre abril e junho de 2024, impressionantes 47% dos varejistas brasileiros já incorporaram a IA em suas operações. Na capital goiana, essa tendência se traduz em resultados concretos, com comerciantes colhendo os frutos da modernização.

(Arte: jornal A Redação)
 
A pesquisa nacional, que ouviu 307 varejistas de diversas regiões, revela que a IA está transformando o setor varejista em múltiplas dimensões. Definida como a capacidade de máquinas e sistemas de realizar tarefas que normalmente exigiria inteligência humana, a IA está sendo empregada no varejo para otimizar processos cruciais, como previsão de demanda, personalização de ofertas, automação do atendimento e aprimoramento logístico. Os resultados falam por si: 84% dos varejistas que adotaram a IA relataram um aumento significativo na eficiência operacional, enquanto 42% experimentaram uma redução de custos, elevando a competitividade das empresas a novos patamares.
 
(Arte: jornal A Redação)
 
Entre as principais aplicações da IA no varejo goianiense, destacam-se as plataformas de atendimento ao cliente, como chatbots, que, além de automatizarem interações, também reduzem consideravelmente o tempo de resposta. A pesquisa aponta que mais de 40% dos varejistas no Brasil já utilizam esse recurso, uma tendência que ganha força em Goiânia, onde grandes redes de lojas implementaram assistentes virtuais para elevar a qualidade da comunicação com os consumidores.
 
Além disso, o estudo revela que 36% dos varejistas em todo o país estão utilizando IA para personalizar a experiência do cliente, uma prática que também vem crescendo na capital goiana. Com o auxílio de ferramentas que analisam o comportamento do consumidor, as empresas estão oferecendo recomendações personalizadas que impulsionam as vendas e fidelizam os clientes. Um exemplo notável é o setor de eletrônicos, onde grandes lojas adotaram a tecnologia para sugerir produtos com base nas preferências de compra, resultando em aumento de vendas e melhorias na satisfação do consumidor.
 
(Arte: jornal A Redação)
 
Um exemplo real na capital goiana é a rede Fujioka, especializada em produtos eletrônicos e de tecnologia, que possui nove unidades de varejo e duas de distribuição em Goiânia. "A IA está presente nas nossas ferramentas de produção do dia a dia desde 2021 e vem evoluindo rapidamente, processando mais dados com eficiência. No caso das nossas plataformas digitais, utilizamos soluções que permitem a personalização de ofertas e conteúdos", explica Frederico Diniz Wendt Godoy, gerente de E-commerce da rede. Isso significa que cada cliente que acessa o site do grupo Fujioka tem uma experiência única e adaptada ao seu perfil de consumo. "Se você busca uma TV, por exemplo, a IA identifica as características do produto e passa a mostrar itens semelhantes ou complementares, como cabos HDMI, suportes e até soundbars", detalha.


Rede Fujioka adotou IA em 2021 (Foto: divulgação)
 
A adoção da IA, no entanto, vai muito além da simples personalização de produtos. Segundo Godoy, a tecnologia permeia praticamente todas as operações diárias da empresa, auxiliando desde o tratamento automático de imagens até a criação de anúncios personalizados e a previsão de estoques e tendências de vendas. "Antes, muitas dessas ações eram feitas manualmente e consideravam poucas variáveis. Hoje, a IA trata bilhões de variáveis em milissegundos, multiplicando a eficiência dos nossos planejamentos", afirma ao destacar que a transformação otimiza os processos.
 
(Arte: jornal A Redação)
 
Outro ponto relevante da pesquisa realizada pela Central do Varejo está ligado ao uso da IA para a criação de conteúdo de marketing, apontado por varejistas como uma das principais áreas de aplicação. Em Goiânia, empresas têm explorado essa funcionalidade para desenvolver campanhas mais assertivas e direcionadas, otimizando os investimentos em marketing digital.
 
Um exemplo nesse sentido é a rede Flávio’s Calçados, tradicional no mercado goiano, que implementou a IA para revolucionar diversas facetas de suas operações. Desde sua introdução há três anos, o sistema tem gerado resultados expressivos na gestão logística e no planejamento de produtos nas 28 lojas da rede, incluindo as 15 na Grande Goiânia. O CEO da empresa, Flávio Rezende, prevê uma expansão ainda mais significativa do uso dessa tecnologia.


A Rede Flávio’s Calçados  implementou a IA para revolucionar diversas facetas de suas operações (Foto: divulgação)

 
"Nós começamos com um software de planejamento de demanda, isso há três anos, e passamos a usá-lo na administração. Ele indica automaticamente onde cada produto deve ser alocado, com base no histórico de vendas, prevendo numeração, cor e estilo. Isso otimiza nosso trabalho, e não precisamos intervir nas lojas, porque o sistema faz tudo direto do centro de distribuição", explica Flávio.
 
A automação de processos por meio da IA não só aprimorou a eficiência logística, como também trouxe melhorias em outras áreas da rede de calçados. O setor de análise de crédito, que antes contava com uma equipe de três pessoas, agora opera sob o comando de um software automatizado, com a IA elevando ainda mais a performance das operações. "A gente já havia automatizado a análise de crédito. Agora, com a implementação da IA, aprimoramos ainda mais o que já estava em funcionamento", destaca o CEO.
(Arte: jornal A Redação)
 
A IA ainda tem se mostrado um suporte valioso para o time de marketing da Flávio’s Calçados. O assistente virtual ‘Zona IA’ tem acelerado os processos criativos, aumentando a produtividade da equipe de design e atuando como um verdadeiro “copiloto” nas campanhas e criações. "Conseguimos muito mais velocidade com o suporte da IA", reforça Flávio Rezende.
 
Entretanto, a jornada rumo à inovação não foi instantânea. A rede de calçados precisou dedicar tempo e recursos significativos para estruturar sua base de dados antes de implementar a inteligência artificial de forma eficaz. "O grande problema ao aplicar IA é ter dados de qualidade. Levamos cerca de dois anos preparando nossa base, organizando nosso data warehouse, para garantir que a IA pudesse entender as informações e oferecer resultados precisos", revela o representante da rede.
 
Investir em inteligência artificial (IA) ainda gera questionamentos entre muitos varejistas, mas especialistas apontam essa tecnologia como uma estratégia imprescindível para aumentar a competitividade. Embora os custos iniciais variem conforme a complexidade dos sistemas e o volume de dados, os benefícios a longo prazo geralmente superam os investimentos. Empresas que já adotaram IA reportam ganhos expressivos, como aumento na receita e considerável redução de custos operacionais.
 
A implementação de IA envolve despesas com a aquisição de software, a contratação de especialistas e a adaptação dos sistemas produtivos. Apesar dos gastos, os retornos são significativos, incluindo a diminuição de falhas, a otimização de processos e a manutenção preditiva. Segundo um estudo da McKinsey, 60% das empresas globais que utilizam IA registraram aumento de receita, enquanto 44% relataram redução nos custos operacionais.
 
Embora os benefícios sejam evidentes, um levantamento realizado pela Central do Varejo no primeiro semestre deste ano revela que 52% dos varejistas brasileiros ainda enfrentam barreiras substanciais, especialmente a falta de conhecimento sobre a tecnologia, quando o assunto é IA. No entanto, essa realidade está mudando rapidamente, inclusive em Goiânia, à medida que mais empresas buscam capacitação e soluções para superar esses desafios. Nesse contexto, destaca-se o papel fundamental da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL Goiânia), que se mantém atualizada para capacitar os lojistas locais, preparando-os para enfrentar os desafios de um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico.
 
De acordo com Hélia Gonçalves, superintendente da CDL Goiânia, a inteligência artificial (IA) deixou de ser uma mera tendência para se afirmar como uma realidade transformadora no cenário empresarial. "A IA tem o potencial de revolucionar os processos das empresas e aprimorar a experiência do cliente. Ferramentas de análise preditiva, por exemplo, permitem campanhas personalizadas, alinhadas ao perfil dos consumidores, o que resulta em um atendimento mais eficiente e proativo", reforça.
 
(Arte: jornal A Redação)
 
Para assegurar que os lojistas de Goiânia estejam prontos para essa revolução tecnológica, a CDL Goiânia, através de sua Escola de Negócios, oferece treinamentos focados na transformação digital. "Nós proporcionamos cursos que abordam diretamente o uso da IA como ferramenta para aumentar a performance das empresas. É importante que os empresários e profissionais se capacitem para explorar todo o potencial dessas tecnologias", afirma Hélia.
 
Esses cursos, muitos deles gratuitos, capacitam os participantes em áreas cruciais como vendas, marketing, finanças e recursos humanos. A IA, segundo Hélia, não apenas otimiza operações, mas também reduz custos e aprimora a eficiência no atendimento ao cliente, criando experiências mais satisfatórias que fidelizam os consumidores. "Na área financeira, por exemplo, a IA ajuda na detecção de fraudes, na análise de crédito e na otimização de portfólios, enquanto no setor de RH, pode auxiliar na análise preditiva de perfis para contratações mais acertadas", completa.
 
Entretanto, a superintendente enfatiza que a adoção da IA deve ser precedida pela identificação das necessidades específicas de cada empresa. "A inteligência artificial deve ser implementada com o objetivo de sanar uma dor específica da empresa, seja para melhorar as vendas, otimizar o estoque ou aprimorar processos internos", reforça.
 
De acordo com a consultoria norte-americana Fact MR, a IA global no mercado de varejo deve movimentar US$ 85 bilhões até 2033. Nesse contexto, Goiânia se destaca como um exemplo inspirador de como essa tecnologia está sendo utilizada para aumentar a competitividade no setor. O futuro promete avanços ainda mais significativos, com o varejo local focando na exploração do potencial da IA para geração de conteúdo, personalização da experiência de compra e prevenção de fraudes.
 
(Arte: jornal A Redação)
 
"A IA é uma assistente poderosa que oferece informações valiosas, mas cabe aos colaboradores da empresa utilizarem essas informações de forma estratégica. A mudança começa na cultura da organização", avalia Godoy, gerente de E-commerce da rede Fujioka. Esse posicionamento é ecoado por Flávio, CEO da Flávio’s Calçados, que acredita que a verdadeira revolução ainda está por vir. Para ele, o futuro do trabalho estará diretamente ligado à utilização da IA, e os profissionais que não se adaptarem correm o risco de ficar para trás. "A ideia é que, em breve, cada cargo na nossa empresa tenha ao menos um assistente de IA. Quem não usar IA daqui a cinco anos ficará ultrapassado. É essencial que todos comecem a testar ferramentas, mesmo as gratuitas, e entender como aplicá-las. Já não se fala mais apenas em treinar a IA, mas em ‘aquecer’ a IA para obter os melhores resultados", arremata.

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