Victor Santos
Goiânia - Pelo sexto ano consecutivo, as vendas de imóveis aumentaram em Goiânia e Aparecida de Goiânia, de acordo com pesquisa realizada pela Brain Inteligência Estratégica, encomendada e divulgada pela Associação Das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO). Para a Ademi-GO, o ramo dos imóveis deve continuar se valorizando e com aumento de demanda por parte de futuros moradores.
Em 2022, considerando Goiânia e Aparecida de Goiânia, as vendas de imóveis cresceram 9% e a valorização de imóveis subiu 23% em comparação a 2021. Foram 11.474 unidades lançadas no ano, considerando casas, prédios comerciais e residenciais e hotéis, que totalizaram mais de R$6,3 bilhões, 30% a mais que em 2021. Este foi o ano de maior volume de lançamentos desde 2011.
Destas unidades, 10.441 foram vendidas, o que representou mais de R$5 bilhões em vendas, na capital e em Aparecida, valor 9% maior que em 2021. O estudo ainda aponta que na maior parte de 2022, o número de lançamentos foi maior que o de unidades comercializadas.
(Foto: Letícia Coqueiro/A Redação)
Bairros mais valorizados
Fernando Razuk, presidente da Ademi-GO falou sobre os bairros “queridinhos” dos goianos na hora de buscar um imóvel para adquirir. O Setor Bueno foi destacado por Razuk, que apontou alguns pontos que o fazem ser tão atrativo: “O Bueno é um bairro muito desejado, consequentemente é onde os incorporadores gostam de lançar. Além disso, é um bairro com uma extensão territorial muito grande. Por isso, é onde geralmente a oferta é maior”, disse.
Até dezembro de 2022, o Bueno tinha o maior estoque residencial vertical de Goiânia, com 1.860 unidades disponíveis. Se colocar juntamente com o Setor Marista, que tem 1.352 imóveis, os bairros são responsáveis por 29,4% do total dos prédios à venda.
Fechando o top cinco dos bairros com maior estoque residencial vertical em Goiânia, vem o Setor Oeste, com 552 unidades, o Parque Oeste Industrial, com 462, e o Faiçalville, com 425.
A valorização do metro quadrado
O metro quadrado em Goiânia sofreu um aumento de 23% em relação ao ano de 2021. Fernando Razuk comentou sobre os motivos desse aumento significativo: “O que levou a essa disparada no ano passado, foi principalmente o aumento do custo de construção, consequência da pandemia, guerra entre Rússia e Ucrânia. Com isso, subiu (o preço) aço, cimento, energia, frete, as commodities, que faz subir o aço, o vidro. O cobre chegou a dobrar de preço”, completou.
Esse quesito é liderado pelo Setor Marista, que tem o metro quadrado avaliado em R$9.030, seguido pelo Oeste, com metro quadrado a R$8.975, Bueno com R$8.597 e Jardim Goiás, com valor de R$8.582. Isso leva a outro ponto interessante destacado pela Ademi-GO, que avaliou como bairros que não estão entre os mais cobiçados se tornam opções atrativas ao comprador.
Neste sentido, bairros como o Jardim América, Serrinha, Nova Suíça e Bela Vista mostram-se como alternativas ao consumidor, por terem boa localização e valor do metro quadrado menor. “São bairros que têm tido um grande crescimento em termos de lançamentos. São bairros próximos a esses bairros mais nobres e que tem um preço em conta”, afirmou Razuk.
O novo Plano Diretor e o mercado imobiliário
Para Fernando Razuk, o Plano Diretor manteve um conceito utilizado em São Paulo, por exemplo, de manter a verticalização ao longo de eixos viários. “O efeito do Plano Diretor demora um pouco, porque nós empreendedores compramos terrenos e aprovamos projetos no Plano Diretor anterior", completou o presidente.
Lógica Urbana
Fernando Razuk falou sobre aspectos que fazem um bairro ser valorizado. “O principal fator de atração para um consumidor é a infraestrutura de serviços, comércio e lazer do local”. Para o Presidente, outro fator determinante é a localização, que permite a rápida locomoção a diferentes pontos da capital.
Ele ainda comentou que o inverso acontece, com os serviços indo até onde o consumidor vai. “Uma coisa vai puxando a outra. A partir do momento que começa a ter lançamento nesses bairros, terá mais moradia, que começa a gerar demanda por serviços, que valorizam o bairro quando chegam até ele”, afirmou Razuk.