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Análise

Lançamento por nichos deve potencializar mercado imobiliário no 2º semestre

Complexo Áquila, em Itumbiara, segue a tendência do mixed use (Foto: Divulgação)

A Redação

Goiânia - O mercado imobiliário tem surpreendido positivamente, nos últimos dois anos, com recordes de lançamentos e vendas. Dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), apontam que o número de novos imóveis comercializados no Brasil aumentou 6,2% no primeiro trimestre de 2022, quando comparado com o mesmo período de 2021. Ao todo, foram vendidas 36.982 unidades de janeiro a março deste ano. Os lançamentos seguiram a mesma direção de alta e cresceram 2,2% no trimestre, chegando a 26.973 novas unidades, ante as 26.380 lançadas do mesmo intervalo do ano passado.

Porém, para o segundo semestre de 2022, sinais de alerta que podem comprometer esse ciclo de crescimento já são indicados por especialistas. Dentre eles, o aumento do custo da construção, nova alta na taxa básica de juros e na inflação, além das eleições em outubro.

No painel virtual “Perspectivas para o Mercado Imobiliário”, realizado pela Agência Estado, em parceria com a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, alertou que o desempenho do mercado imobiliário nacional no segundo semestre pode ser influenciado pelo aumento de custo da construção (INCC), além do aumento expressivo de juros.

Ricardo Teixeira, sócio-fundador do Grupo URBS Imobiliária (Foto: divulgação)

“Temos uma pandemia que ainda persiste no mundo; um aumento de juros nos Estados Unidos e em várias outras economias; inflação global; economia mundial crescendo menos do que o previsto, e incertezas políticas”, salientou a economista ao descrever um cenário global de incertezas.  

Já o especialista em mercado imobiliário e sócio-proprietário do Grupo URBS, Ricardo Teixeira, ameniza a situação e destaca as peculiaridades de Goiás, como diferenciais para os bons resultados e equilíbrio do mercado no estado. “O segundo semestre, como em todo ano eleitoral, teremos o desafio da dispersão do foco das pessoas e uma natural preocupação com a continuidade do processo das eleições, mas o mercado imobiliário segue resiliente, diante deste cenário de incertezas e, inclusive passa a ser a melhor opção, já que as premissas são muito fortes”, declara ele. 

“No mercado imobiliário, vale ressaltar também que Goiás se destaca no âmbito nacional por ser muito ligado ao agronegócio, um segmento cada vez mais bem posicionado no Brasil e com muito investimento, então estamos relativamente fora da rota de crise, pela demanda gerada pela área”, completa.

Mercado de nichos
Teixeira aponta para o que pode sustentar o mercado no período. “O restante deste ano será desafiador, como tem sido para todo o Brasil, mas estamos preparados para esse momento. Quem cria a demanda é a oferta. Acredito que os lançamentos por nichos, que são muito bem posicionados, seguirão com sucesso. As demandas e premissas que sustentam o mercado imobiliário continuam sendo reais e muito fortes”, ressalta.

“Além das demandas que sustentam o mercado naturalmente, que são os produtos para moradia, o mercado também vai atuar através de nichos, seja ele no altíssimo padrão, com empresas que tenham diferenciais de arquitetura, ligados à moda, design, com também os produtos compactos. Vale ressaltar também o adensamento em regiões que estavam desassistidas, regiões que estavam sem lançamentos imobiliários e receberão produtos nichados, com um público específico e resultados positivos”, afirma o especialista. 

O sócio-proprietário do Grupo URBS ressalta ainda os complexos mixed use como destaque. “Lançamos recentemente o complexo Áquila, no município de Itumbiara, no sul goiano, e foi um sucesso. Entendemos qual a demanda da região, como salas comerciais e residenciais, ampla área de lazer, no alto padrão, tudo no mesmo local. O espaço une moradia, trabalho e investimento. Esta é uma tendência daqui para a frente: ter soluções próximas ao lugar em que se vive, evitar o trânsito, os grandes deslocamentos”, evidencia Ricardo Teixeira. 

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