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Lançamento será na livraria Palavrear | 21.05.25 - 08:25
O professor Rogério Borges (Foto: divulgação)A Redação
Goiânia – O jornalista Rogério Borges lança no próximo dia 27 de maio, a partir das 18h, na Livraria Palavrear, no Setor Universitário, o livro Morrer em Público: Sensacionalismo, Fetichização e Sadismo em Coberturas Jornalísticas de Tragédias e Falecimentos de Pessoas Notórias em Portugal e no Brasil. A obra, editada pelo selo Insular, de Santa Catarina, é o resultado da pesquisa de pós-doutorado do autor, realizada durante os anos de 2022 e 2023, na Universidade Fernando Pessoa, na cidade do Porto, Portugal, sob a supervisão do professor Jorge Pedro Sousa, que assina o prefácio.
O estudo é um esforço interdisciplinar, que reúne pesquisas e abordagens sobre a morte, seus rituais, como o do luto, e os sentimentos contraditórios que o fim da vida suscita, que podem ir do horror e da repulsa a formas de fascinação, curiosidade e até aferimento de prazer. Buscando respostas na Antropologia, na Filosofia, nos Estudos Literários, na História, na Psicologia e na Sociologia, além da Comunicação, Rogério Borges lança perguntas sobre como a cobertura jornalística de eventos trágicos de grande dimensão ou a despedida de pessoas célebres vêm sendo realizadas no decorrer do tempo. Uma das perguntas que o pesquisador propõe no trabalho é se o interesse midiático por esses temas, que geralmente aumentam audiências e consumos de materiais jornalísticos, tem raízes em dimensões que extrapolam a Comunicação, mas exercendo influência sobre ela, trazendo dilemas éticos para profissionais da área e público em geral.
Na pesquisa, o autor analisou materiais de veículos de comunicação de referência em Portugal e no Brasil, tentando estabelecer similaridades e identificar diferenças entre o trabalho que é desenvolvido nos dois países em diferentes épocas. Por isso, tragédias, como desastres naturais, incêndios, naufrágios, quedas de aviões e acidentes com outros meios de transporte, ocorridas do final do século XIX ao início dos anos 2000, foram abordadas. Por outro lado, foram feitas análises de reportagens que trataram da morte de figuras proeminentes, como líderes políticos, escritores, esportistas e artistas nos dois países, do início do século XX ao começo do século XXI.
O objetivo do trabalho foi descrever dinâmicas que fazem com que os conteúdos jornalísticos sejam sensacionalistas em momentos que exigiriam mais sensibilidade e empatia com as vítimas e seus familiares. A obra revela que há problemas nesse sentido, mas também alternativas a tal postura, como livros-reportagem que aprofundam questões que são trazidas pela morte. A pesquisa procura ser uma contribuição no sentido de aprimorar determinados comportamentos da imprensa diante da dor alheia, revelando que alguns procedimentos devem ser repensados para que a morte não sirva de espetáculo ou mesmo uma fonte do que o autor chama de “fruição informativa”, ou seja, um elemento que se avizinhe de certo grau de sadismo diante de um intenso sofrimento.