A Redação
Goiânia - A ilustradora Polly Duarte ministrará o workshop gratuito Os Bastidores de Um Livro Ilustrado na próxima quinta-feira (13/3), às 19h, na Galeria Carlos Elias/De L’Art Café, em Goiânia. Com vasta experiência no mercado editorial e jornalístico, Polly já foi ilustradora do jornal O Popular e tem três livros publicados. O evento é aberto ao público e tem entrada franca.
A designer também é professora na Escola do Futuro em Artes Basileu França, onde ministra o curso de Ilustração Literária, Imaginação e Criatividade para Ilustração, Desenho e Pintura, além de outras disciplinas do Curso Técnico em Artes Visuais. Ela também participa de eventos culturais voltados para a promoção da cultura, como exposições, palestras, oficinas e cursos para pessoas de todas as idades, em especial, para as crianças.
Trajetória e prêmios
Polly Duarte é formada em artes visuais/design gráfico pela Universidade Federal de Goiás (UFG), especialista em Artes Visuais – Cultura e Criação pelo Senac-GO e Ensino de Artes Visuais Abordagens Metodológicas e Processos de Criação pela Universidade Federal de Goiás (UFG).
Além de ilustradora no Grupo OJC, em Goiânia, atuou em outros meios de comunicação e em obras literárias diversas. Foi professora de ilustração na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), conquistou prêmios, como o The Society for News Design - em Nova York e foi finalista no concurso de ilustração da Folha de São Paulo.
Bate papo com Polly Duarte, que adiantou um pouco do workshop na Galeria Carlos Elias, na Av. T-63, no Bueno dia 13/3, às 19 horas. Ela também deu dicas para iniciantes e falou sobre o tema Inteligência Artificial e Ilustração.
1 - O que de bastidores da ilustração literária de um livro ilustrado você quer mais mostrar no seu workshop?
Quero mostrar pontos interessantes, como são feitas as pesquisas. Ela é feita antes de elaborar um projeto e visa trazer um contexto mais consistente para o trabalho, trazer argumentos visuais e contextuais. Considero a pesquisa e os esboços como dois pontos importantes na hora de produzir obras literárias ilustradas. Porque é no esboço que trazemos nossa interpretação em relação ao texto e também as pesquisas. Juntando essas duas coisas, a gente consegue trabalhar bons argumentos visuais para a obra. Depois disso vem o momento mais desafiador, em que a gente vai trabalhar a parte dos originais quando for na técnica tradicional ou quando for ilustração digital feita no computador.
2 - Qual o caminho básico a ser percorrido, tipo primeiros passos, que você sugere para os amantes do desenho que se interessam por ilustração?
Desenhar bastante (rsrsrs). O artista deve criar um bom portfólio com seus desenhos e se não conseguir pegar projeto prático ele deve investir em criar projeto pessoal. Primeiro ele cria um portfólio para mostrar esse trabalho para os clientes e para o público. Assim ele encontra uma linguagem artística, mostra seu traço e encontra a sua identidade como ilustrador, como artista.
3 - Como você avalia ou poderia citar como alguns pilares da ilustração na contemporaneidade.
Um ponto que tenho percebido na ilustração contemporânea é que a ilustração está tomando espaço também nos livros para público adulto e não somente para público infantil, diferentemente de algum tempo atrás em que a gente vislumbrava ilustração só em livro infantil. Hoje nós vemos obras literárias belíssimas elaboradas com projeto gráfico muito bem feito e seguindo o contexto da obra literária associada com ilustrações. Então a gente percebe que a ilustração está ganhando cada vez mais espaço no mercado e nós acabamos levando a uma experiência diferente a quem tem acesso àquela obra literária ilustrada. Isso soma pois o que é importante são as diversas leituras que a gente consegue fazer e acredito que projeto gráfico é leitura, ilustração é leitura.
4 - Ao seu ver a Inteligência Artificial (IA) deve ser usada por iniciantes a trilhar trabalho com ilustração? Como?
Não. A IA não é ferramenta para quem está começando na ilustração. Justamente porque quem está começando, precisa encontrar uma identidade artística e saber criar e interpretar em cima de texto, de palavras e precisa criar seu portfólio autoral. Considero que a Inteligência Artificial não entrega essas questões quando o importante mesmo é a gente sentar e elaborar tudo que vem dentro da gente, do nosso modo de enxergar e entender as coisas a serem transferidas, captadas para ser usadas no trabalho do ilustrador. Não sei se a IA vai conseguir trazer algo de uma forma que caracteriza aquela pessoa que está alí do outro lado.
Leia mais:
Fieg realiza Seminário de Oportunidades Beja-Portugal em Goiânia