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'Zwan'

Coreógrafo Duda Paiva é finalista em premiação mundial de dança

Goiano disputa na categoria Melhor Espetáculo | 03.08.23 - 09:41 Coreógrafo Duda Paiva é finalista em premiação mundial de dança (Foto: Reprodução/Instagram @dudapaiva5)

Victor Santos

Goiânia -
O coreógrafo e diretor goiano Duda Paiva, radicado na Holanda, é um dos finalistas do prêmio Zwan, considerado o Oscar da dança. A Duda Paiva Company, companhia criada pelo artista, concorre com a obra Avatara na categoria de Melhor Espetáculo. A solenidade da premiação ocorrerá em outubro, na cidade de Maastricht, na Holanda. 
 
O diretor, que está passando uns dias com a família em Goiânia, contou à reportagem do jornal A Redação um pouco da história da obra Avatara. “É um espetáculo que eu colaboro com uma equipe de break dancers. Então tem essa pegada de um diálogo com a comunidade de hip hop e break dance. Fiz esse espetáculo em colaboração com o coreógrafo Shailesh Bahoran, mestre do hip hop na Holanda. É uma combinação com o hip hop que dá vida a estruturas de espuma”, detalhou. O prêmio Zwan ocorre anualmente. Na cerimônia, são nomeados os melhores do ano na arte da dança. O prêmio de Melhor Espetáculo, concorrido por Duda, é considerado o principal.
 

Imagem do espetáculo Avatara. (Foto: Reprodução)
 
De acordo com Duda Paiva, o nome Avatara vem do sânscrito. “Significa conexão espiritual com os avatares, que representam as entidades, mas também tem uma ponte, uma pegada, do que são os avatares que usamos no mundo digital hoje em dia. Então há esse encontro entre os deuses e a nossa realidade digital”, explicou o diretor.

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Duda Paiva é conhecido internacionalmente por se apresentar utilizando uma técnica desenvolvida por ele próprio, chamada Pontuação do Objeto. A arte consiste na manipulação de bonecos, esculturas que se mexem, esculpidas em uma espuma maleável.  “Ela (a técnica) começou a ser desenvolvida na Universidade Federal de Goiás (UFG), com o apoio do Adriano Bittar, Alexandre Ferreira, Vanessa Bertolini e Kleber Damaso, professores da UFG. Nós tivemos estudantes que ficaram com a gente durante quatro ou cinco anos, em contatos duas vezes ao ano, além do intercâmbio com pessoas da minha companhia na Holanda”.
 

Duda Paiva com um dos bonecos utilizados nas apresentações (Foto: Reprodução/Instagram @dudapaiva5)

Sobre ser finalista de uma das mais conceituadas premiações de dança do mundo, Duda Paiva se mostra orgulhoso. A Duda Paiva Company divulgou, inclusive, trecho do parecer do júri sobre a obra: "Avatara tocou muito o júri. A mistura orgânica dos fantoches de Duda Paiva e dos dançarinos humanos do Illusionary Rockaz Company é totalmente convincente e é uma interpretação ideal da ideia de um alter ego autocriado. Os montadores deixam muito espaço para a individualidade de cada bailarino, e a interação com os bonecos é impressionante. Esses belos parceiros de dança feitos sob medida reforçam as características mais importantes do 'eu' autoconstruido e desafiam os dançarinos a sentir isso fisicamente". 
 
Além de estar concorrendo ao prêmio, Duda Paiva conta com uma agenda agitada que reúne apresentações internacionais até o fim de 2024. Além do Avatara, o artista apresenta os espetáculos Children Of The Lost Forest e Bruce Marie. O bailarino ainda dá aulas na Akademia Sztuk Teatralnych - Filia we Wroclawiu, Universidade de Krakovia e na Ecole Nationale Superieure de las Arts des Marionnettes (Esnam).
 

Duda Paiva durante apresentação de Bruce Marie (Foto: Reprodução)

Apesar de estar com apresentações marcadas apenas fora do Brasil, Duda Paiva disse à reportagem do jornal A Redação que pretende se apresentar em Goiânia futuramente. "Uma performance que eu queria muito trazer a Goiânia se chama Blind (Cego, em inglês). Isso reflete muito a minha trajetória enquanto vivi aqui. Desde pequeno tenho um problema nos olhos e, pelo fato de aqui ser muito claro, sempre tive muita dificuldade de adaptação. Me mudar para a Holanda não foi só uma questão profissional, foi também uma questão de saúde. A Holanda é um país mais escuro e lá eu não forço tanto os meus olhos como forço aqui", revelou o coreógrafo.

O espetáculo Blind fala sobre a deficiência nos olhos que acomete Duda. A história conta sobre o medo de ficar cego e a busca por uma cura, misturando muitas religiões diferentes, tudo em uma linguagem teatral contemporânea. 

 

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