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Pablo Kossa
Pablo Kossa

Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

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Corrupção é problema, incompetência é pior

Balanço da Petrobras revela o óbvio | 23.04.15 - 11:08


Goiânia - Os números revelados quarta-feira (22/4) na divulgação do balanço da Petrobras mostraram aquilo que todo mundo que lida com o setor público já sabe: a corrupção é um problema inegável, mas no montante total significa somente uma azeitona nesse imenso empadão goiano que é o gasto indevido. Roubalheira existe e precisa ser combatida, dinheiro gasto errado dentro da lei é muito, mas muito mesmo pior e precisa de ímpeto ainda maior para ser defenestrado.

Sou servidor público concursado desde 2004. De fora, a gente já sabe que a máquina pública é pesada, ineficiente e que grande parte dos cidadãos torce para nunca precisar de nada do Estado, pois a certeza maior é de dor de cabeça do que da resolução da demanda. Quando você entra na estrutura da burocracia, fica boquiaberto. Parece que a engrenagem foi pensada para rodar da forma mais complicada possível. É para não funcionar.

Você vê um caminho amplo igual uma larga pista de Brasília sem congestionamento para que o trabalho siga seu fluxo na mais perfeita tranquilidade. Mas é obrigado, por vários fatores, a pegar aquela estradinha de terra esburacada e que dá um monte de voltas para chegar ao mesmo local. É estúpido. É burro. É de doer. Mas é assim que tem que ser feito. E nisso o dinheiro está escorrendo pelo ralo.

As ideias boas se perdem pelo vício arraigado na execução de determinada tarefa. O corporativismo mata qualquer tentativa de aumento de controle e eficiência. As escolhas políticas, mesmo que de pessoas honestas, na maioria das vezes se mostram de quadros incapazes para aquela determinada função que o indivíduo deve exercer – a inépcia parece ser requisito fundamental para algumas indicações.

Se formos para o microcosmo, aí é de doer. Um monte de papel impresso sem necessidade alguma, ar condicionado ligado o dia inteiro para sala vazia, viagens consumindo recursos quando um e-mail resolveria a história, carros apodrecendo nos estacionamentos, computadores novos e sem uso por anos em caixas de papelão... A lista é longa e revoltante. Tudo isso, repito, não se trata de corrupção, mas unicamente de má gestão.

Por isso que os números do prejuízo oriundos de corrupção serem menores que os de incompetência não surpreende quem está na lide diária com o setor público. Isso é elementar. Está na cara. E não se resolve por que qualquer iniciativa nesse sentido é mexer em uma estrutura construída de forma imbecil ao longo de séculos. E o que é pior: acomodada e poderosa. Enquanto isso, nosso dinheiro continua indo sendo queimado. Tudo dentro da mais completa legalidade.


Comentários

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  • 24.04.2015 11:39 Maira

    José Ricardo Eterno está coberto de razão. Falar que o rombo da Petrobrás é uma simples azeitona? Os jornalistas já são militantes há tempos por isso os jornais estão morrendo. Sindicalistas são contra a terceirização porque os sindicatos deixam de arrecadar e a CUT deixa de mamar no Governo. Não defendem o trabalhador, defendem o próprio bolso e querem funcionários públicos assim, repetindo as asneiras de sempre. Privatizem tudo, aí quero ver!

  • 23.04.2015 16:12 José Ricardo Eterno

    Num país onde as palavras "capitalismo" e "privatização" são tidas como sinônimo de roubo, onde os intelectuais chamam de liberalismo o clientelismo, resta ao contribuinte pagar pela ineficiência de um sistema caro e burocrático até a medula. Enquanto nossa classe intelectual, feita de militantes defensores do estado babá, não for substituída por outra que entenda de economia, ficaremos nessa de comunismo meia-bomba, de social-democracia. Pra terminar, seria bom que o Pablo tomasse ciência do seguinte: o Petrolão não é uma simples azeitona. É o maior caso de desvio de grana já defraudado na história da história do universo. Segundo: não servia puramente ao enriquecimento de seus operantes e beneficiários, não era um mero caso de corrupção. O Petrolão nada mais é do que o Executivo comprando sistematicamente o legislativo. Compravam o legislativo, a imprensa, os artistas, os universitários e, enquanto isso, iam colocando os próprios advogados no STF. Ora, isso não é mera corrupção. É golpe.

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