A Numerologia é um estudo um tanto fascinante, mas como qualquer outra crença esotérica ela tem seus dois lados: pode ser ou pode não ser.
Meu filho mais velho nasceu em uma sexta-feira 13, de parto natural, sem anestesia, num dia ensolarado de verão. Apesar do agouro sobre esta data, me considero uma mãe de muita sorte. Eu, no entanto, nasci no dia 6, que na opinião de minha querida irmã, é um péssimo número. Eu já discordo!
Ela e meu caçula nasceram no dia 12. Uma amiga esotérica disse que, na numerologia suméria, o número 12 é que é ruim, no entanto, eu também discordo disso. Neste caso costumo acreditar mais na 'ciência', no consciente da minha mente, no que diz a lei da relatividade e nos argumentos categóricos da cantora Diane Ross:
Toda vez que tenho um pensamento positivo, eu também tenho um pensamento negativo, como se eu dissesse para mim mesma: "eu vou ter muito sucesso" e minha mente diz: "não, você não vai". Então eu decido qual pensamento darei mais atenção. E isso é poderoso e me controla.
Bem, retomando aos números, a rua doze tem um significado muito sentimental para mim, mas não só a rua que é a do Jardim Potrich, mas a rua 12 do bairro Parque Santa Cruz.
Há mais de 20 anos atrás esse setor periférico de Goiânia tinha um estigma de marginalidade, crime, violência e abandono. Foi lá que aprendi na carne, na pele, no corpo e na alma a dimensão da desigualdade social. A Doze como era conhecida pelos moradores do setor e entorno, era a queridinha dos bandidos e tinha que se destacar como a mais temida também. Lá eu aprendi, chorei, amei e cresci emocionalmente.
Quando formatamos o Projeto Goianins, minha maior expectativa era que eu pudesse transferir meus sentimentos do passado à rua 12 do Jardim Goiás, que ela fosse reconhecida como a rua mais colorida do bairro, a rua dos Goianins, a rua da galeria de arte mirim a céu aberto.
Um projeto guardado dentro do meu coração que pôde se manifestar através das mãos das crianças típicas e atípicas, acolhendo diferenças e intervindo no espaço urbano que estava tão mal tratado. Numerologicamente, bom ou ruim, o número 12 é o nome de uma rua em transformação, em trânsito contínuo, em crescimento com o Jardim na inclusão, educação e conhecimento. Uma rua que tinha dois trajetos a tomar, mas dentro da minha mente, escolhi o mais poderoso e bem-aventurado deles.
Queremos compartilhar com vocês o sucesso dessa iniciativa no dia 4 de julho, quando encerraremos o Projeto Goianins com uma ação interativa, junto às crianças, na parede do Jardim. Esperamos vocês para celebrar o poder da força de um pensamento e como ele é capaz de contagiar tudo à sua volta. Afinal todos os números são da sorte, depende só de como decidimos controlá-los no plano cartesiano da vida.
A sorte existe, mas ela tem que te encontrar trabalhando. Pablo Picasso